Por Murillo Nonato
Foto: Ramon Leite |
O Dia Internacional de
Combate a Homofobia é celebrado em 17 de maio por ser a data em que foi
excluída a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Em Vitória da Conquista, o dia foi instituído pela Lei nº
1.690/2010, que integra as atividades da data no calendário oficial da Prefeitura. O dia serve para lembrar que a homofobia ainda é real na sociedade
em que vivemos. De acordo com relatório do Grupo
Gay da Bahia (GGB), a cada um dia e meio um homossexual brasileiro é morto
no país. Foram 260 assassinatos de homossexuais só em 2011. Fora as mortes causadas
pela agressão física, as agressões verbais também são práticas recorrentes e até comuns. LGBT’s sofrem perseguição por preconceito
sexual na escola, no trabalho, nas ruas, o que leva muitas crianças e
adolescentes a abandonar os estudos e alguns adultos a deixar o trabalho. A
perseguição induz muitos desses homossexuais ao suicídio. Luana Bulhões,
estudante do curso de História na UESB e integrante do Coletivo Sou Diversidade
afirma: “Gostaria que (a data) não
fosse necessária, gostaria de poder sair nas ruas e me sentir segura, de não
saber que posso ser agredida simplesmente porque tenho uma orientação sexual
diferente daquela que vem sendo colocada como padrão por séculos. Infelizmente
não posso e por isso o dia 17 de maio vem a ser um dia importante para que as
pessoas não se esqueçam que o Brasil é um país homofóbico e que essa homofobia
tem que ser combatida”.
Olhos curiosos
perseguiam aquele grupo de pessoas gritando e fazendo “apitaço” dentro do
estabelecimento, sem saber exatamente o porquê da manifestação. “Queremos
falar”, gritavam os manifestantes. A pedido do líder do Governo na Câmara, o
vereador Gildásio Silveira, os manifestantes se sentaram e esperaram a sessão
terminar, seguindo seu rumo natural. Reivindicando lugar para a cidadania LGBT
naquele espaço político, a bandeira de quase 5 metros foi posta em cima da
muralha que separava a plenária e a mesa dos vereadores. “Esse espaço também é
dos LGBT”, disse um dos manifestantes ao acomodar a bandeira-símbolo. Para a coordenadora do grupo Safo, Rosilaine
Santana, ainda há homofobia na câmara e é preciso que ela seja renovada.
Enquanto se debatia a unidade de
internação provisória, a fala dos manifestantes era negociada. Segundo Gildásio,
a câmara permite a fala de todos no espaço, desde que o cidadão ou movimento
social solicite através de ofício a oportunidade. Dessa forma é garantido dez
minutos de fala em uma sessão para o requerente. O vereador pediu para que o
movimento seguisse as regras e retornassem para fazer suas reivindicações na
próxima sessão. Irritado, Danillo Bittencurt, jornalista e titular da Assessoria
Técnica para Diversidade Sexual, responsável pela audiência pública para o Dia
Municipal de Combate a Homobofia, respondeu: ”Queremos falar agora”.
Ao perceber que ao meio dia a reunião se encerrava e que não seria concedida a fala aos protestantes, o grupo levantou-se e começou a apitar, gritar e reivindicar seu direito a fala. Incomodado, o líder da câmara disse: "nossa câmara é do povo, mas regras precisam ser seguidas". Do outro lado da muralha, respondiam: “Mentira!”, “Deixa o povo falar”. Simpatizando com a causa, alguns presentes na plenária, originalmente para assistir a sessão sobre a unidade de internação, surpreendidos com a manifestação, opinaram: "Deixem eles falarem", “Deixa o povo falar”.
Ao perceber que ao meio dia a reunião se encerrava e que não seria concedida a fala aos protestantes, o grupo levantou-se e começou a apitar, gritar e reivindicar seu direito a fala. Incomodado, o líder da câmara disse: "nossa câmara é do povo, mas regras precisam ser seguidas". Do outro lado da muralha, respondiam: “Mentira!”, “Deixa o povo falar”. Simpatizando com a causa, alguns presentes na plenária, originalmente para assistir a sessão sobre a unidade de internação, surpreendidos com a manifestação, opinaram: "Deixem eles falarem", “Deixa o povo falar”.
Foto: Ramon Leite |
O vereador e presidente da casa,
Fernando Vasconcelos, acusou o movimento de partidário e ressaltou que a
audiência pública não foi um evento solicitado pela câmara. Fernando lembrou
que os vereadores têm suas próprias agendas a seguir, mas destacou que o espaço
é democrático e todos têm o direito de se expressar. Já o vereador Arlindo Rebouças, afirmou que os
vereadores falharam ao não ter participado da audiência, mas concluiu justificando que não fora avisado do evento. Para a integrante do Coletivo Sou
Diversidade, Luana Bulhões, o fato de os vereadores não estarem presentes, é um
indicador de que esses não têm competência para representar toda a população,
que é plural e diversa. “Estão ocupando um
cargo ao qual não tem capacidade de ocupar, não deveriam nem se dispor a
candidatura em algum cargo político. Acho que a política do Brasil está cheia
de pessoas incapacitadas. Não generalizando, é claro, mas um vereador deveria
saber no mínimo o que é um estado laico e ter noção de que ele trabalha para o
povo, todo o povo, e não para uma maioria”, concluiu a estudante.
Como estamos em ano
de eleições é bom lembrar que esses são os atuais nomes dos representantes do povo
conquistense na câmara de vereadores: Ademir Abreu (PT), Alexandre Pereira
(PT), Álvaro Pithon ( DEM), Arlindo Rebouças (PMN), Beto Gonçalves (PV), Fernando Jacaré (PT), Gildásio Silveira
(PT), Gilzete Moreira (PSB), Hermínio
Oliveira (PDT), Hudson Castro (PCdoB), Joel Fernandes (PTN), Lúcia Rocha (DEM), Luciano Gomes (PR), Néu do
Gás (PSB) e Vivi Mendes ( PT).
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