Por Rafael Flores
Foto: Rafael Flores |
A brincadeira é, na verdade, um esporte chamado Slackline, iniciado
em meados dos anos 80 nos campos de escalada do Vale de Yosemite, EUA. Quando
estavam acampados, os atletas preenchiam o tempo vago esticando suas fitas de
escalada para se equilibrar e caminhar. Slackline significa
"linha folgada", podendo ser comparado ao cabo de aço usado por
artistas circenses, com a diferença de que sua flexibilidade permite criar
saltos e manobras inusitadas. No domingo acontecia o I Encontro de
Slackline de Vitória da Conquista, organizado pelo coletivo Macacos do Borel.
Gabriel Pinheiro/Foto: Purki |
O esporte é praticado há aproximadamente quatro anos na
cidade, no entanto foi a partir de 2011 que começou a ser difundido e a virar
febre entre os jovens universitários. Já é comum nos depararmos com o “slack”,
principalmente nos domingos, em locais como a Olívia Flores e os bosques de
Eucalipto. Ao me ver com a câmera fotográfica e o gravador em mãos, o estudante de Comunicação Social Mykelle Maya pediu que eu coletasse seu depoimento sobre a atividade. Com um ar natureba e em sintonia com o ambiente, ele fez questão de exaltar as características do esporte e comentou que a qualidade do Slackline não é só
esportiva, favorecendo também a mente de quem pratica. “Esse esforço em você
tentar se manter e insistir pra não cair da corda trabalha o emocional, não só
físico, o que se assemelha bastante a práticas como a do Yoga e outras que
envolvem o corpo e a mente de maneira integrada”, diz Mykelle.
Foto: Ana Paula Marques |
Procurei por Clara Flores, membro do Coletivo Macacos do Borel Slackline, que me daria as informações sobre a construção do evento. Suada, sorridente e com um sanduíche de ricota nas mãos alegou que já estava cansada de dar entrevistas. Então, pegou-me pelas mãos e levou-me a Felipe Ribeiro, estudante de Engenharia Elétrica e também membro do
coletivo. Felipe me contou, com um sotaque conquistense latente e com o "mar mosso"*, que a vontade de construir o
evento foi impulsionado por praticantes de outras cidades. “Com o grupo
do Facebook do Macacos do Borel, passamos a entrar em contato com uma galera do
Brasil todo, assim começamos a ver como é a repercussão do esporte em cidades
como Rio de Janeiro, pólo do ‘slack’ no país e Salvador, que já está no quarto
encontro”, diz. Ele ainda comentou que o grupo conquistense, através do Facebook, recebeu dicas de como realizar um evento de esporte e encararam o desafio. O I
Encontro de Slackline de Vitória da Conquista contou com o apoio e patrocínio
da Vyrus Skate Shop, da Academia Edi Fitiness, da Tia Sônia Alimentos Naturais
e da agência de publicidade Contatus.
Os conquistenses possuem pouquíssimas alternativas esportivas, com exceção dos ingressos cada dia mais caros para o jogo de futebol do domingo. O evento, junto com as eventuais bicicletadas as quais vem chamando atenção na cidade, representa uma esperança pro esporte local. No entanto, o Slackline não é um esporte tão barato, o kit completo para a prática custa em torno de
duzentos reais e por enquanto só pode ser comprado pela internet . “O equipamento que a gente utiliza é o slackline (a
fita), o protetor de árvore, que a gente julga essencial e a caneleira, pois
fazemos alguns movimentos com a canela e o nylon pode acabar machucando”,
explica Gabriel Pinheiro, estudante de Engenharia Florestal e membro do coletivo Macacos do Borel. Para conhecer melhor o esporte, procure o grupo Macacos do Borel no Facebook, é na rede que os praticantes marcam o “rolé” da semana.
*mas moço = expressão tipicamente conquistense.
Parabéns, Rafael! Ficou muito bom!!!
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