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Ontem (24/02), a segunda noite do Grito Rock em Vitória da Conquista foi temperada com os finos ingredientes nordestinos das bandas Cinco Contra Um, de Poções (BA) e Elvis Boamorte & Os Boavidas, Aracaju (SE).
Velha conhecida do público
conquistense, “Cinco Contra Um” é sempre fonte confiável para um som agradável.
Apresentando um rock meio reggae, afinado ao xaxado do sertão, eles embalaram o
inicialmente tímido público do Viela Sebo Café, com repertório que mesclou canções
autorais do álbum “O Fogo o Breu e Ela” com hits do rock nacional.
Alessandro Queiroz, responsável pela bateria na Cinco Contra Um, explica a variedade de estilos que eles mesclam em suas apresentações. Para ele o ar do movimento rock n’roll mudou quando as bandas passaram a ouvir o que estava ao redor. “Depois do grande alquimista Chico Science, o rock nacional passa ter mais coragem e mais orgulho do nosso som, dos nossos instrumentos raizeiros. As bandas de rock n’ roll não falavam de santos, velho, não falavam de orixás, e hoje é orgulho falar sobre isso”, comenta.
Ao comentar sobre a presença
da espiritualidade nas canções, Alessandro fala do processo de criação da
música Ogan. A música foi composta no dia de nascimento do seu filho, para o
baterista a letra “desceu como um download”. Ele lamenta ainda a falta de um
percussionista para dar voz às batidas afro propostas pela temática da canção –
Ogan é o nome genérico para diversas funções
masculinas dentro de uma casa de Candomblé, inclusive a de tocar atabaques.
A segunda atração da noite,
Elvis Boamorte & Os Boavidas, trouxe de Aracaju um pop contemporâneo, com
toques psicodélicos, devido às referências que vão de Bob Marley e Lee Perry, ao
afrobeat de Fela Kuti e o trip-hop do Portishead.
Elvis Boamorte/ Foto: Rafael Flores |
Encantados com a recepção
positiva do público da cidade, Elvis Boamorte declarou para O Rebucetê que a
melhor definição da banda é o “caçuá” de manifestações das diversas origens dos
membros da banda – vindos do forró, rock, samba-rock e da música regional –,
produzindo um som muito autêntico e energético, o dito afrodub que busca
reverenciar a cultura africana associada à psicodelia do dub.
Elvis Boa Morte/ Foto: Rafael Flores |
Ainda segundo Elvis, o
reconhecimento da cultura sergipana é de grande importância no trabalho da
banda, sendo incluídas no repertório diversas manifestações do folclore do
estado, como a dança de São Gonçalo, além de poetas regionais, transmitindo
suas raízes aonde forem. Para isso, eles acreditam que a parceria que se inicia
com Fora do Eixo tem grande valor no intercâmbio das culturas.
Elvis Boa Morte e os Boa
Vidas tem um EP lançado, mas já estão em processo de gravação do primeiro
álbum. Garantem que assim que chegarem a Aracaju começam o trabalho árduo e que
nele haverá referência de diversas outras manifestações folclóricas sergipanas,
como “o Lambe Sujo e o Cabloquinho”, maior teatro a céu aberto do mundo. O
Rebucetê está sorteando um EP dos sergipanos, basta curtir anossa páginano facebook e acessar a aba de promoções http://sorteie.me/facebook/compartilhar.php?id=33271
Foto: Rafael Flores |
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