Por Ana Paula Marques
Foto: Rafael Flores |
Com um show bastante animado e uma fantástica presença de palco, Karol logo conquistou o público conquistense que também foi conferir a apresentação do grupo Complexo Ragga. Prestes a lançar seu álbum de estréia, chamado “Batuque Freak”, produzido pelo Nave Beatz, beatmaker também responsável pelos beats de nomes como Marcelo D2 e Emicida, ela conversou conosco sobre a ascensão das MC’s mulheres nessa cena, que segundo ela, já foi machista.
Karol Conka: Na verdade foi meio que natural. Eu
tinha uns 16 pra 17 anos e depois de uma experiência num concurso do colégio,
comecei a frequentar as festas de rap em Curitiba e acabei conhecendo os
produtores, fiz amizade com o pessoal do rap mesmo, e comecei a me apresentar.
OR: Foi difícil essa inserção nesse meio que,
podemos dizer, tem um contexto bastante masculino?
KC: Eu acredito que pra mim não foi tão difícil. A
mulher do rap tem que ter uma certa postura, não precisa forçar nada, impor
respeito e o mais importante é rimar bem. Só o fato de ser mulher e mandar bem
na rima, os caras já abrem as portas. Na verdade é uma cultura que foi
machista. Então não foi difícil, tá sendo bem gratificante trabalhar no meio
dos homens e mostrar que às vezes eu sei mais que eles (risos).
OR: Em uma entrevista que você concedeu, disse que
"via alguns shows de MCs mulheres e achava muito feio, porque elas se
comportavam como homens.” Hoje, qual a sua opinião sobre a cena de MCs
mulheres?
Foto: Rafael Flores |
OR: Pra você qual a diferença da musicalidade do
rap feminino?
KC: Acho que o rap feminino é mais doce né? Ele tem
outros temas, é mais romântico, se bem que pra mim não tem muita diferença, pra
mim a diferença tá no timbre e no ritmo. Mas tem o mesmo valor, tanto mc mulher
quanto mc homem. O Projota é um mc que fala mais de amor do que eu. Eu tenho
uma música que eu nem falo de amor, eu falo de sexo nessa música. Essa coisa do
tema não existe mais, mulher só falar de amor. O Emicida fala mais de amor que
eu. Minhas músicas eu falo de cotidiano de vida, de emoção, alegria, flertes,
comportamento. Esse lance do tema é unissex, no meu ponto de vista não tem
diferença.
OR: Uma mulher cantora, de rap ou não, que te
inspira?
KC: Erykah Badu.
OR: Fala um pouco do seu álbum e sobre o “rap de
fábula”.
KC: Esse novo álbum vai se chamar “Batuque Freak”, ou seja, batuque estranho ou batucada louca. Esse lance de fábula é por causa de uma musica chamada “Mundo Louco” que eu falo de um outro mundo, meio que uma metáfora assim. Não nasci nesse mundo, nasci num mundo onde todo mundo é aceito, do jeito que é e tal e eu vivo mesmo nessa ilusão, coisa de fábula. Eu gosto de brincar que eu tenho outro mundo, é mais por isso. O álbum vai sair esse ano, mais ou menos daqui a dois meses e eu tô trabalhando junto com o Nave (Nave Beatz). Vai ter umas dez faixas e todas as batidas são do Nave.
KC: Esse novo álbum vai se chamar “Batuque Freak”, ou seja, batuque estranho ou batucada louca. Esse lance de fábula é por causa de uma musica chamada “Mundo Louco” que eu falo de um outro mundo, meio que uma metáfora assim. Não nasci nesse mundo, nasci num mundo onde todo mundo é aceito, do jeito que é e tal e eu vivo mesmo nessa ilusão, coisa de fábula. Eu gosto de brincar que eu tenho outro mundo, é mais por isso. O álbum vai sair esse ano, mais ou menos daqui a dois meses e eu tô trabalhando junto com o Nave (Nave Beatz). Vai ter umas dez faixas e todas as batidas são do Nave.
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