Da Redação
“Dedicado as vítimas do Moinho,
Pinheirinho, Cracolândia, Rio dos Macacos, Alcântara e todas as quebradas
devastadas pela ganância, certo?”*
Mais um caso em que comunidades tradicionais são expulsas do seu local de origem pelo Estado Brasileiro. Na tarde desta segunda-feira, o
Comando da Marinha do Brasil mediu forças covardemente contra o Quilombo Rio
dos Macacos, localizado entre os municípios de Salvador e Simões Filho. A
desapropriação estava marcada para março, mas na ocasião foi suspensa por ação
da Presidência da República. Segundo informações de lideranças do quilombo, a
Marinha está acampada no local e exige a saída imediata de alguns moradores.
Uma nota assinada por movimentos sociais ligados à comunidade informa que estes estão impedidos de dar suporte ao quilombo, o acesso só não foi negado às Defensorias Públicas do Estado da Bahia e da União. Ainda segundo a nota, a Marinha ocupa o local com dois caminhões cheios de militares armados e já houveram dois derrubamentos de moradias. A nota é assinada pelas entidades: Centro de Políticas Públicas (CPP), Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais do Estado da Bahia (AATR), Consulta Popular, Quilombo X, Campanha Reaja ou será Mort@.
Em entrevista para o blog Mamapress, a representante da associação de moradores do quilombo, Rosimeire Santos alega que, durante a ação da Marinha, militares agrediram a população. “Nosso quilombo, como sempre, sofre da violência da Marinha. Os fuzileiros vieram aqui e derrubaram uma parte da casa, empurraram as crianças com arma e machucaram o braço da minha filha, tiraram sangue dela. O lugar é nosso. Quando a Marinha chegou, já estávamos aqui”, afirma.
Segundo membros do grupo "Sou Quilombo Rio dos Macacos" no Facebook, a situação no quilombo é de alto risco para os moradores. O clima de tensão desta sexta começou quando o morador José Araújo dos Santos estava reconstruindo uma casa que fora destruída pela chuva das últimas semanas. A Marinha conseguiu uma ordem impedindo a obra. Como a reconstrução continuou, os militares cercaram a casa, com quilombolas dentro, para impedir a continuação do trabalho.
Quem são eles?
O Quilombo Rio dos Macacos existe há mais de 200 anos. No entanto a partir da década de 70, quando a Marinha instalou uma Base Naval nos seus arredores, os problemas aumentam a cada dia evidenciando ações criminosas e desumanas àquelas famílias. Desde então, os conflitos são constantes. “Primeiro, eles cercaram o rio e nos tiraram o direito de pescar. Depois, cercaram a comunidade e nos proibiram de plantar”, relata Olinda dos Santos, moradora do Quilombo em entrevista para o Movimento Desocupa**.
Em entrevista para o blog Mamapress, a representante da associação de moradores do quilombo, Rosimeire Santos alega que, durante a ação da Marinha, militares agrediram a população. “Nosso quilombo, como sempre, sofre da violência da Marinha. Os fuzileiros vieram aqui e derrubaram uma parte da casa, empurraram as crianças com arma e machucaram o braço da minha filha, tiraram sangue dela. O lugar é nosso. Quando a Marinha chegou, já estávamos aqui”, afirma.
Segundo membros do grupo "Sou Quilombo Rio dos Macacos" no Facebook, a situação no quilombo é de alto risco para os moradores. O clima de tensão desta sexta começou quando o morador José Araújo dos Santos estava reconstruindo uma casa que fora destruída pela chuva das últimas semanas. A Marinha conseguiu uma ordem impedindo a obra. Como a reconstrução continuou, os militares cercaram a casa, com quilombolas dentro, para impedir a continuação do trabalho.
Quem são eles?
O Quilombo Rio dos Macacos existe há mais de 200 anos. No entanto a partir da década de 70, quando a Marinha instalou uma Base Naval nos seus arredores, os problemas aumentam a cada dia evidenciando ações criminosas e desumanas àquelas famílias. Desde então, os conflitos são constantes. “Primeiro, eles cercaram o rio e nos tiraram o direito de pescar. Depois, cercaram a comunidade e nos proibiram de plantar”, relata Olinda dos Santos, moradora do Quilombo em entrevista para o Movimento Desocupa**.
Para se ter acesso a sede do Rio
dos Macacos, os moradores precisam passar por guaritas da Marinha, nem sempre
abertas. Tal fator faz com que o acesso aos serviços básicos, como educação e
saúde sejam extremamente precários. Há décadas a comunidade sofre os horrores
de uma opressão que não raro desperta a lembrança do regime escravocrata que os
africanos e seus descendentes sofreram nesse país. Vivemos tempos de barbárie,
em que pessoas são agredidas diariamente, torturadas física e psicologicamente
e escorraçadas de suas terras por um governo cego, e assim coloca-se como
cúmplice de toda esta tragédia.
A Marinha do Brasil atua de forma
criminosa e assassina, agindo como se ainda vivêssemos em plena Ditadura
Militar para preservar uma praia de luxo, que funciona apenas para poucos
militares e para as férias presidenciais, pois é considerada “Área de Segurança
Nacional”.
O Rebucetê e os movimentos
sociais
Entendendo processos culturais
como manifestações específicas de determinados povos e atuando em favor da
cultura e preservação dessas formas de manifestação, nós, rebuceteiros,
estudantes de Comunicação Social e Cinema e Audiovisual e comprometidos com as
formas com que a nossa sociedade vai tomando, nos posicionamos totalmente
contra a invasão da Marinha Brasileira em terras que por direito são dos
descendentes de quilombolas do Quilombo Rio dos Macacos, localizado entre
Salvador e Simões Filho, na Bahia. Cabe a nós, aos jovens, aos sujeitos
críticos e pensantes, lutar para que a cultura do nosso país e esses diferentes
povos que se aglutinam nele sobrevivam de maneira respeitosa e digna. Passamos
ao longo das duas últimas décadas por diversos massacres como o Massacre de
Eldorado dos Carajás, a destruição de Pinheirinho, a brutalidade de como os
movimentos pela luta de terra e pela reforma agrária são tratados, entre
diversos outros e acreditamos que está mais do que na hora da população ir para
as ruas, para a internet, para os prédios onde o poder público está instalado,
para as grandes empresas, para as festas de rua, para as festas de camisa,
enfim, para todos os lugares que possamos ocupar afim de criar um espírito de
conscientização e revolta na população. Nós também somos o Quilombo Rio dos
Macacos. Está na hora de juntarmos nossas forças e brigar pela sua preservação.
O Rebucetê indica:
*Música do rapper Emicida (pela
qual ele foi preso) chamada Dedo na Ferida.
**Movimento Desocupa: movimento
iniciado na cidade de Salvador Bahia pela população insatisfeita com o governo
e as formas políticas com que o estado vem sendo tratado.
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