segunda-feira, 7 de maio de 2012

Festival da Juventude debate políticas públicas para os jovens

Por Murillo Nonato



A Roda de Conversa Políticas Públicas para a Juventude, que fez parte da programação do Festival da Juventude de Vitória da Conquista, ocorreu no sábado (05/05) com atraso de 40 minutos com relação ao horário previsto (9 horas), no auditório II do módulo Antônio Luiz Santos, vulgo Luizão.  Os palestrantes convidados foram Vladimir Pinheiro, coordenador Estadual da Juventude e Juremar Oliveira, presidente do Conselho Estadual da Juventude da Bahia, e mediação da mesa foi realizada por Gildelson Felício, secretário Municipal da Cultura da cidade .


A atividade foi iniciada com a fala de Vladimir Pinheiro, que durante seu discurso apresentou um panorama histórico das iniciativas do governo voltadas às políticas públicas para a juventude baiana.  Em sua palestra nos lembrou de que a I conferência de Juventude da Bahia foi realizada em 2007, como meio de dar voz a juventude que anteriormente era mantida a margem do debate político devido o conceito errôneo que lhes era atribuído, o de indivíduos apáticos aos problemas sócias e da própria juventude. 

O coordenador nos relembrou que em 2008 foi criado o programa Trilha, projeto fundado pelo Governo do Estado da Bahia e implementado através da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE, que visa preparar jovens baianos com idade entre 16 e 29 anos para o mercado. Além disso, falou sobre o conselho Estadual da Juventude (2009) e da Conferência Estadual da Juventude realizada em 2011, de acordo com Vladimir Pinheiro, a maior conferência de juventude do país. Em suas considerações finais pontuou que investir na juventude é investir na Bahia, por esse motivo o governo estuda formas de aproximar-se desse público e impulsionar suas potencialidades.

A roda seguiu com a palestra de Juremar Oliveira. Para o presidente o formato de políticas públicas e o entendimento da juventude que se tem hoje é defasado. Durante sua explanação evidenciou que existem diferenças que devem ser consideradas ao pensar nessas políticas e nessa juventude, “o jovem negro da periferia é diferente do jovem branco de classe média alta, que são diferentes do jovem que vive na zona rural”. Para presidente do conselho é necessário que se pense em políticas especificas para cada tipo de juventude já que essas tem contextos sóciais, culturais e econômicos distintos.

Juremar Oliveira prosseguiu a sua fala apontando que ainda hoje esse público é enxergado de forma tutelar, entendendo-o não como sujeito de direito e sim como aquele de quem se deve cuidar e temer devido a sua intrínseca característica de indisciplina, imaturidade e delinquência, entendida como “juventude-problema”. “O problema não está na juventude, está na falta de oportunidade para esses jovens. É papel deles derrubar esses conceitos”. O presidente do conselho lembrou ainda que nada nesse país foi conquistado sem a mobilização dos jovens e que é impensável fazer políticas públicas sem considerar o próprio jovem nesse processo.

No final das palestras os convidados foram questionados pelos presentes principalmente  acerca dos seguintes temas: a negligência do governo com a juventude LGBT; de que forma o governo do estado poderia melhorar a situação dos jovens com algum tipo de deficiência; e como a juventude poderia ser instigada a participar mais do debate político. Juremar Oliveira declarou que O governo Dilma está causando um retrocesso no que tange as causas LGBT e a causa das mulheres” e que é necessário trazer para a juventude assuntos que estão próximos de sua realidade, isso os aproximaria do debate político. Vladimir Pinheiro, sobre políticas públicas para jovens com deficiências, disse acreditar que o país só seria realmente democrático quando se buscasse formas de possibilitar que esse grupo conseguisse se inserir no debate nas mesmas condições que os outros.

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