quarta-feira, 28 de novembro de 2012

"Ei, hoje eu mando um abraçaço" - Novas músicas de Caetano já estão na rede

Com 70 anos completos em agosto, Caetano lança"Abraçaço", seu 57º álbum, no dia 04 de dezembro

Da Redação


Capa do próximo álbum de Caetano Veloso, "Abraçaço"/ Direção de Arte: Fernando Young


É com seus queridos neologismos que Caetano nos apresenta sinais de seu novo álbum, "Abraçaço"No Twitter (@falacaetano), o cantor justificou o título, explicando que além de um abraço grande ele remete também a um “abraço espalhado, abrangente, múltiplo”. Caetano revelou ainda utilizar a palavra, às vezes, para finalizar e-mails. 

A capa do disco e a música "Abraçaço" foram divulgados oficialmente pelas mídias do artista. Ela mostra a banda Cê atacando/abraçando/acariciando o cantor e tem direção de arte do fotógrafo Fernando Young. A música  homônima ao disco está disponível apenas na Loja Itunes Brasil. No entanto, foi divulgada pela conta "divulgacaovirtual" do site de compartilhamento SoundCloud, mas foi tirada do ar durante a tarde desta quarta. 

Já na terça-feira, 27, Caetano tocou mais quatro canções ao vivo no Programa do Jô. Estas foram: “Um Abraçaço”, “Império Da Lei”, “A Bossa Nova É Foda” e “Quero Ser Justo”. A única divulgada pelo site do programa foi "A Bossa Nova É Foda", que em um trecho homenageia as estrelas do MMA: "O velho transformou o mito das raças tristes em Minotauros, Junior Cigano, em José Aldo, Victor Belfort, Anderson Silva e a coisa toda/A bossa nova é foda". Assista aqui a apresentação completa.


Além de revelar a capa e o primeiro single, Caetano também já confirmou a tracklist do novo álbum, confira abaixo: 1. A Bossa Nova É Foda / 2. Um Abraçaço / 3. Estou Triste / 4. Império da Lei / 5. Quero Ser Justo / 6. Um Comunista / 7. Funk Melódico / 8. Vinco / 9. Quando o Galo Cantou / 10. Parabéns / 11. Gayana.


O trabalho finaliza a trilogia com a banda Cê (Pedro Sá, guitarra; Marcelo Callado, bateria; e Ricardo Dias, baixo), que também acompanham o baiano no álbum "Cê" (2006) e "Zii e Zie" (2009). Pedro Sá também produz o álbum, ao lado de Moreno Veloso, filho de Caetano. O lançamento fica mais uma vez nas mãos da Universal Musical, chegando às lojas na próxima terça, 04 de dezembro.

Ainda para comemorar os 70 anos do cantor e compositor baiano, foram lançados diversos singles exclusivos para o iTunes, com os principais sucessos de Caê classificados por década. A Universal também soltou recentemente o álbum “A Tribute to Caetano Veloso”, com versões de artistas como Céu, Marcelo Camelo, Jorge Drexler, Luísa Maita, Beck, The Magic Numbers e Mariana Aydar. Confira a crítica rebuceteira.

Mais Caetano no Rebucetê:


Coração de Eterno Flerte

Um Tributo Ao Homem

Santificando as profanas escrituras

Divulgada lista de artistas locais selecionados para o Natal da Cidade 2012

Os projetos musicais foram escolhidos através de edital lançado pela PMVC


Da Redação

A décima sexta edição do Natal da Cidade de Vitória da Conquista  também irá contar com apresentações de artistas locais, nos palcos da Praça Barão do Rio Branco, na Praça 9 de Novembro e Praça Tancredo Neves.

Nesta terça-feira (27) foram divulgados os nomes dos projetos selecionados através de um edital lançado pela Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. Posteriormente, serão divulgadas as datas e horários das apresentações que ocorrerão entre os dias 15 e 25 de dezembro de 2012.

Confira a lista de convocados.

Celebração cultural 

A programação do Natal da Cidade conta ainda com atrações nacionais convidadas, corais, ternos de reis, apresentações de teatro e dança. Um espetáculo de luzes e uma decoração especial na Praça Tancredo Neves e na Casa Memorial Régis Pacheco também vão marcar os festejos natalinos conquistenses.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Recitais do Conservatório de Música começam hoje (27)

Cerca de 30 alunos receberão certificados de conclusão durante os recitais

Foto: pedagogiaaopedaletra.com


Da Redação

O Conservatório de Música de Vitória da Conquista, único conservatório público do interior da Bahia, realiza recitais no Memorial Régis Pachecho, de 27 a 29 de novembro. As apresentações são abertas para toda a população e a entrada é um quilo de alimento não perecível, destinado às famílias desabrigadas por conta das fortes chuvas dos últimos dias.

Além das apresentações dos alunos da instituição, o evento contará com a presença de artistas do cenário musical conquistense. Atualmente, cerca de 400 alunos estão matriculados nas aulas de violão, viola, teclado, piano, acordeom, flauta e canto coral do conservatório. Nos dias dos recitais, quase 30 deles receberão seus certificados de conclusão.

Serviço: Recitais do Conservatório de Música de Vitória da Conquista
Local: Memorial Régis Pacheco - Praça Tancredo Neves, Centro, Vitória da Conquista - BA
Valor: 1 kg de alimento não perecível




segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A incrível história de Gennésius e suas estripulias sob os sonhos do sertão

Fechando a noite deste domingo (25), o conquistense Roberto de Abreu lançou seu livro "Gennesius – Histriônica Epopéia de um Martírio em Flor". A obra, conta a biografia fabular e ficcional de Genésio, composta a partir de uma emocional colcha de retalhos, de memórias de inúmeros artistas cênicos baianos

Por Mariana Kaoos
Roberto de Abreu. Foto: Luiza Audaz.
CENA 1: Fim de tarde. Praça principal de uma cidade do interior. As cores do céu aos poucos se esvaem, dando lugar à escuridão. Pipoqueiros, crianças e jovens circulando pela praça. Igreja aberta, luzes acesas e do alto falante, que fica no ponto máximo da sua torre, ecoam músicas cristãs. Ao lado da igreja, numa casa rosa, florida, pessoas chegam para um evento cultural prestes a acontecer.


PERSONAGEM 1- A JORNALISTA: Músicas assim lembram a minha infância e meu período de catequese. Podia terminar de fumar e entrar para a missa. Eu sempre ia à missa, só para comer a hóstia e gruda-la no céu da boca.

CENA 2: Os sinos da igreja tocam em sinal do início da celebração dominical. Ao mesmo tempo o evento na casa rosa, que chamam de Memorial Régis Pacheco, parece começar. Artistas da antiga cena teatral estão presentes, misturando-se com os novos. Cineastas, atrizes, fotógrafos, admiradores da arte em geral, estão juntos, em pé, ouvindo Roberto de Abreu, autor do livro lançado naquele momento, Gennésius- Histrônica Epopéia de um Martírio em Flor. A decoração do ambiente, intimista, dá um ar de aconchego aos presentes. Guarda chuvas coloridos, bancos de madeira, biscoitinhos de goma.


PERSONAGEM 2- O DIRETOR DE ARTE TADEU CAJADO: Gennésius é um livro que fala dessa gente sertaneja, simples, humilde, cheia de sonhos. Eu tentei representar isso através, por exemplo, de flores especificas daqui, as chamadas “rainhas” e com outras coisas que nos remete a esse universo primoroso, delicado e simples. Esse sertão falado em Genésius é um sertão real, onírico, mítico, profundo, que reflete tambem o sertão que Elomar canta. Ele  permanece vivo não só no espaço geográfico, mas no coração de quem se inspira nele.


CENA 3: Leitura de um trecho do 4º capítulo de Gennesius. Ao interpretar a cena, começa a chover no ambiente. Dizem que chuva em início e fim de eventos artísticos trazem boas safras, boa sorte. Os atores sorriem com o presente dos céus. A leitura se inicia com um diálogo do menino Gennésius com dois amigos, onde ele diz que quando crescer não que ser nada, seu desejo é apenas ser. O platéia está vidrada. Se emocionam. A leitura termina, ouvem-se palmas calorosas. Roberto agradece. Ao fim do seu agradecimento, há uma intervenção.


Foto: Luiza Audaz
PERSONAGEM 3 - O PSICOLOGO E DIRETOR TEATRAL CÁSSIO MONTALVÃO: Isso já faz algum tempo, mas eu me recordo quando Robertinho me disse que queria fazer artes cênicas. Hoje, com muito orgulho eu vejo não mais o menino, mas o homem, que é luz, sabedoria e inspiração. Nesse universo tão marginal que o teatro se insere, não por sê-lo de origem, mas porque os outros assim pensam e rotulam, é como muito prazer que existem destaques e que temos pessoas como o respeitabilíssimo acadêmico Roberto de Abreu.


CENA 4: Os olhos do público brilham. Nesse instante, com a pausa da leitura, o teatro parece mais vivo do que nunca. Pessoas dispersas sem reúnem em grupos, todos extasiados com o ardor do momento. Citam Wally Salomão e seu “teatro é ato”, porém, preocupados, também discutem sobre a subsistência e incentivos que são necessários para o teatro na cidade do interior.


PERSONAGEM 4: A ATRIZ DANIELA LISBOA: É complicado fazer teatro no interior, e acredito que em qualquer lugar, por uma questão de recursos. Agora, com essa nova onda do edital as coisas se tornaram mais fluidas, mas ainda não é suficiente. Até mesmo porque editais exigem muita burocracia e o dinheiro sempre demora de sair. O teatro é difícil  por uma questão de expressão mesmo. Ele é presencial. Quem assiste teatro não é platéia, são testemunhas. Então o empresariado que não frequenta o teatro acaba não investindo, por não saber de fato o que é o teatro.


CENA 5: Roberto recebe o público para autografar os livros. Garçons servem chocolate quente e guaraná. Na mesinha de biscoitinhos de goma, há também biscoitos avoador e três pastas, atum, mostarda e presunto, para o público degustar. O espírito de produção artística pulsa em todos os presentes. O PERSONAGEM 1- A JORNALISTA, se retira do ambiente sorrindo. Gennésius agora é história dita na imaginação de Roberto, bem como nas suas palavras oferecidas ao público. Para a jornalista, aquele momento finda-se ali, mas não o “show”. O “show” de agora em diante e mais do que nunca deve sempre continuar. EVOÉ.

domingo, 25 de novembro de 2012

Mudanças na grade do Festival Suíça Bahiana



O coletivo Suíça Bahiana acabou de anunciar mudanças na sua grade de atrações para a edição desse ano. Infelizmente as bandas Tono, Cachorro Grande e o cantor Davi Moraes ficaram de fora. Os headlines Cone Crew Diretoria e Pouca Vocal continuam e a grade completa você confere abaixo.

O Festival também mudou sua estrutura e agora ocupará um espaço menor o que o levou a reduzir seu público para 3000 pagantes. A produção alegou problemas com as chuvas torrenciais que tem acontecido na região e optou pela segurança dos presentes.

Programação:

Sexta-feira (07/12)
Diamba
Achiles Neto
Scambo
Complexo Ragga

Sábado (08/12)
Na Terra de Oz
Vivendo do ócio
Shadowside
Pouca Vocal

Pulsado


Por Mariana Kaoos


Primeiro você respira.  Abre os olhos e instantaneamente, ainda com a cara inchada de tanto dormir, pensa nela. Você olha para o lado e sente a falta. O despertador apita, você o desliga. Vira para o outro lado, embrulha todo o seu corpo com o cobertor. Fecha os olhos, respira. Aos poucos, em um profundo estado de sonolência e vazio, você mergulha na sua própria solidão. Já não consegue mais dormir. Com a boca seca, tateia, ainda com olhos fechados, onde está sua bolsa. Sua mente grita, seu corpo pára, suas mãos encontram o maço de cigarros comprado na noite passada. Ele já está por acabar. Nesses últimos dias você anda fumando demais. Seus dentes, fodidos, estão demasiadamente amarelados. Seus dedos, que comportam essas unhas grandes e sujas, seguram o cigarro. Com a outra mão você o acende. Abre os olhos, a claridade do dia cinza te retrai. A casa está vazia, nenhum barulho a não ser aquela rondando a sua mente. Seu coração se contrai. Na verdade são seus sentimentos. Seu coração está batendo no mesmo ritmo acelerado de sempre. A fome se vai, o desejo de levantar se vai. Você se prostra, encarando o teto branco, enquanto a fumaça do cigarro invade seu nariz. Em seu pensamento, meio que como num filme, você relembra todas as palavras ditas. Em forma de espirais, elas dão voltas de 360 graus ao redor da sua cabeça. As ditas. As ditas aos poucos diminuem, dando voz as não ditas. Você pensa no que poderia ser e não foi. Você se aprisiona em um futuro do pretérito instaurado em si mesmo que te acompanha em todos os lugares. Você novamente pensa nela, mas se perde. O que poderia ser ela, talvez seja você. Na verdade, pode ser que ela seja apenas um desejo da sua mente e que, por isso, ninguém mais a vê da forma como você a vê. As paredes do quarto se pintam de angustia. Você já não consegue pensar em outra coisa se não aquilo. Se lembra do Ginsberg, tenta uma cantoria qualquer. Não é suficiente. Essa tosse de cachorro se torna insuportável. Aos poucos você levanta. Olha para a sua perna cheia de pelos. Seus olhos tem remelas. O cigarro te causa mal hálito. Você segue pelo corredor escuro e vazio até o banheiro.  Lava o rosto. Começa  a perceber as rugas na sua face.  Seus cabelos, quebrados e oleosos, parecem pintados de neve tamanha a brancura que o consumiu nesses últimos tempos. Você seca o rosto. Procura a escova e a pasta de dentes. Lembra que há muito já não tem um puto na carteira e, por isso, não tem mais pasta de dentes. Molha a escova com a água. Coloca na boca. Durante a fricção entre seus dentes amarelos e a escova, você olha imóvel o ralo do banheiro. Várias formigas estão em volta de uma barata morta. Parecem querer leva-la para algum lugar. Você olha o movimento das formigas. Você olha as patas da barata, seu tamanho, sua cor, sua imobilidade. Ela está morta. Assim como parte de você. Morto para a vida, para os dias, para as cores. Você deixa a escova na pia e se aproxima do ralo com passos lentos, até parar exatamente onde as formigas e as baratas estão. A angustia ainda te toma. O vazio ainda te toma. Ela ainda te toma. Você vê algumas formigas subindo em seus pés descalços.  Seu corpo todo pulsa. Você precisa sentir algo que não seja a angustia, o vazio ou ela. Seus olhos brilham. Aos poucos você se abaixa. Seu pulso aumenta. O cinza do céu invade a janela do banheiro. Caem lagrimas dos seus olhos.  Você sente o desespero tomar todo o seu corpo. Você precisa sair disso. Totalmente abaixado, olhando as formigas de perto, a barata de perto, surge uma ideia em sua mente, que talvez te tire de tudo isso. Você se deita no chão, com a cabeça no ralo e coloca todas as formigas em cima de você. Você come a barata.

sábado, 24 de novembro de 2012

SeCult Vitória da Conquista divulga os selecionados para o Festival de Cenas Curtas

“O circo de Soleinildo”, de Gilsérgio Botelhocomo evitar estriasvencedora do 1º Festival de Cenas Curtas de Teatro de Vitória da Conquistaloja virtual gratis/ Foto: Giselli Moreira como evitar estrias

Segunda edição do evento acontece de 29 de novembro a 1º de dezembro, no Teatro Carlos Jeovah

Da Redação

Com o objetivo de estimular a criatividade e a produção teatral no município, o Festival de Cenas Curtas contribui para revelar novos talentos – atores, dramaturgos, produtores, diretores, entre outros – e para consolidar a produção teatral na cidade. O público terá acesso aos espetáculos gratuitamente e poderá acompanhar apresentações que, em um breve espaço de tempo, revelam a criatividade da produção teatral da região.

Foi divulgada ontem, 23, a lista de selecionados da segunda edição do festival que neste ano acontece de 29 de novembro a 1º de dezembro no Teatro Municipal Carlos Jeovah. Cada uma das cenas selecionadas para o festival já foi contemplada com o prêmio de R$ 400,00, como forma de auxiliar na montagem. O concurso premiará as seguintes categorias: Melhor Cena; Melhor Diretor; Melhor Ator; Melhor Atriz; Melhor Cenário; Melhor Figurino. Os vencedores serão contemplados com prêmios que, juntos, ultrapassam R$ 11 mil. 

Confira a relação dos selecionados:



Cine Rebu! #2 - Curta Aí





O quadro Cine Rebu está de volta. Nesse sábado ocioso, nada melhor do que assistir bons curtas metragens.  O produto da vez  é o “Curta aí!”, realizado pelo Professor Eduardo Santos junto aos alunos da Escola Municipal Conjunto Praia da Bandeira na Ilha do Governador (RJ).  Forma didática e interessante de levar até alunos de escola pública o amor e interesso pelo cinema, além de ensinar como é possível e fácil se comunicar. Iniciativa que deve ser aplaudida e replicada.


Sinopse: Em uma escola municipal do Rio de Janeiro dois alunos iniciam uma história de amor jogando bolinha de papel durante a aula de matemática. Só não contavam com a falta de pontaria da menina espantalho.O filme é ainda um hipertexto que cita o nome de 12 outros curtas metragens que foram assistidos pelos alunos em um festival de cinema e que vale como desafio ao telespectador encontrá-los!





Gênero: Ficção
Diretor: Eduardo Santos
Duração: 5:42 min      
Ano: 2012
País: Brasil                   
Local de Produção: Ilha do Governador
Cor: Colorido

Cine Rebu:

O Cine Rebu surge com a proposta de resgatar os curtas metragens realizados de forma independente ou em laboratórios universitários com o intuito de dar a esses produtos, que geralmente tem pouca circulação, uma maior visibilidade. O quadro será publicado todas as terças e será alimentado através da demanda espontânea dos diretores/autores dos curtas que estiverem interessados em enviar seu produto.

E as novidades não param por aqui. Dentre os curta metragens publicados no quadro até o final de fevereiro, serão escolhido pelos leitores do blog os cinco melhores e estes serão exibidos na Mostra Gaguinho de Cinema, a ser realizada no mês de março. A mostra será realizada como intervenções urbanas, principalmente em bairros periféricos de Vitória da Conquista, ocupando esses espaços e levando até esse público o acesso ao cinema.


Como Participar?
Para participar basta mandar seu curta, acompanhado de sinopse, para o e-mail: orebucete@gmail.com 

"Gennesius" será lançado em Vitória da Conquista neste domingo, 25

Obra do conquistense Roberto de Abreu conta biografia fabular e ficcional de Genésio, composta a partir de uma emocional colcha de retalhos, de memórias de inúmeros artistas cênicos baianos

Da Redação

Será lançado neste domingo, no Memorial Régis Pacheco às 17 horas, o livro "Gennesius – Histriônica Epopéia de um Martírio em Flor", resultado do trabalho de criação artística e investigação acadêmica do dramaturgo, encenador, professor e pesquisador Roberto de Abreu. 

Abreu é conquistense, professor dos cursos de Licenciatura em Teatro e Licenciatura em Dança da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Jequié. Fundador do Grupo Finos Trapos, desenvolveu sua poética lírica sertaneja na composição de cinco espetáculos, como dramaturgo e encenador.

A história

São três grandes passagens caminhosas: sertão – espaços da saudade; circo – Panis et Circense; e cidade – territórios da revolta, tempos e espaços de cada um dos três atos do espetáculo. 
Figuras míticas, alegorias e arquétipos traduzidos nas personagens Dona Perpétua, Seu Luzido, Jocasta, Dom Jones, Paiaço Melancia, Ícaro, Gelasius, Constantino Stanislau e o Andarilho povoam o imaginário de Genésio.

Premiações


Com “Gennesius”,  Abreu foi um dos quatro finalistas do Prêmio Luso-brasileiro de dramaturgia Antônio José da Silva, promovido pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) e o Instituto Camões de Portugal, indicado ao Prêmio Braskem (melhor direção e melhor trilha sonora), e vencedor do 11º Concurso de Obras Artístico Literárias da UESB – Prêmio Professora Zélia Saldanha, 2010, Edital nº 104/2010, na categoria Dramaturgia.

Confira a programação:

01. Leituras dramáticas de cenas do texto "Gennesius".

02. Recital de poesias de Waly Salomão
03. Seção de dedicatórias e autógrafos




Serviço: Lançamento do livro "Gennesius – Histriônica Epopéia de um Martírio em Flor"
Local: Memorial Régis Pacheco - Praça Tancredo Neves, Centro, Vitória da Conquista - BA
Horário: 17h
Valor: Entrada Gratuita









quinta-feira, 22 de novembro de 2012

IV Festival de Cinema de Bate Pé acontece no próximo sábado, 24

Curtas-metragens produzidos por alunos do Ensino Fundamental serão exibidos e premiados

Acontece no próximo sábado (24), no Centro Educacional Eurípedes Peri Rosa em Baté-Pé, o IV  Festival de Cinema Estudantil de Bate-PéO evento faz parte do Projeto de Cinema Secos e Molhados: imagens da caatinga no telão, iniciativa desenvolvida nas classes do Ensino Fundamental - da sexta ao nono ano - entre os meses de julho e agosto.

Serão exibidos curtas-metragens  com referências do projeto de leitura da escola De volta pro meu sertão – uma homenagem a Luiz Gonzaga. As produções concorrerão a premiações em 14 categorias, como melhor filme de 2012, caracterização de personagem e cenário.

O evento é resultado da parceria entre a Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Janela Indiscreta UESB e tem como proposta principal estabelecer o cinema como instrumento de debate e reflexão para a formação das crianças e dos adolescentes. 







No Caminho do Som

O concurso Por Isso É Que eu Canto chega à 8ª edição e reuniu numeroso público em sua primeira noite, ontem (21)

Por Mariana Kaoos
Foto: Giselle Moreira

Definitivamente, as noites Conquistenses podem guardar grandes surpresas! Por mais um ano consecutivo, lá estava eu, na Praça Nove de Novembro, para acompanhar a primeira noite do concurso musical Por Isso É Que Eu Canto. As pessoas chegaram aos poucos e logo se aglomeraram em volta do palco montado. Umas em pé, tomando cerveja, outras sentadas com olhares atentos.

A ansiedade para ver a nova gama de artistas que iriam se apresentar naquela noite foi intensa tanto da parte do público, quanto dos jurados. Ganhador do concurso em 2010 e retornando esse ano como parte do júri, Ítalo Silva, acredita que o Por Isso É Que Eu Canto é uma grande vitrine, já que o público tem acesso a grandes nomes que surgem a partir do concurso.

Já em relação a ter sido convidado para compor a bancada de jurados desse ano, afirmou se sentir muito honrado. “Eu fiquei muito feliz com o convite e acho interessante que a comissão julgadora tenha pessoas que sabem como é estar em cima do palco. A seriedade que envolve isso, o nervosismo. Esse lado humanista da coisa é mais fácil para quem já participou de festivais como esse.”

Com uma hora de atraso, a noite começou meio morna. Os primeiros concorrentes que se apresentaram estavam apáticos, talvez pela escolha da canção, talvez pela interpretação que deixou a desejar.

Mas, ao longo da noite, três nomes surpreenderam os presentes, levando-os a aplaudirem calorosamente a cada nota alcançada com louvor. Eles foram Igor Julião, Jeh Oliveira e Rafael Silva. Para Rafael, “interpretar é passar um pouquinho da emoção daquilo que a música traz ao artista. Nós, enquanto interpretes temos que passar essa carga, esse sentimento para que as pessoas possam se conectar com o que estamos dizendo”.

Concorrente 2012: Jeh Oliveira
Foto: Giselle Moreira

Valorização e estímulo

Organizado pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, o concurso chega esse ano à sua 8ª edição. Esse ano, o vencedor ganhará um prêmio de R$ 4.000,00. O segundo colocado fatura R$2.000 e o terceiro R$1.000. Todos os três se apresentarão individualmente no palco principal do Natal da Cidade. De acordo com o gerente de promoção cultural, Date Sena, “nosso Governo Participativo tem essa proposta e essa preocupação de valorizar os emergentes da música de Vitória da Conquista e região. Daqui saíram nomes como Achiles Neto, Jessy Brito, Iara Assessú que, hoje, já ganham festivais a nível nacional. Então, nosso principal objetivo é descobrir esses artistas e valorizar o trabalho deles, além de estimular a produção artística local. Esse ano temos 42 concorrentes, todos com muito talento. Ao que tudo indica, a disputa será acirrada”.

O Por Isso É Que Eu Canto ocorrerá também nos dias 22, 23, 29 e 30 de novembro e 03 e 04 de dezembro, sempre às 18 horas.


Jurados 2012

Jessy Brito                                                                      
Ítalo Silva
Beto Veronese
Gil Barros
Iara Assessú


Classificados da primeira noite (21/11)

Suzy Dias
Rafael Santos
Igor Julião
Nádila Batista
Jéssica Magalhães
Jeh Oliveira
Herbert
Vinícius Ribeiro

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O Rebucetê Entrevista: Marcelo Jeneci

"A chuva é a vontade do céu de tocar o mar/e a gente chove assim também quando perde alguém/ mas quando  começa a chorar começa a desentristecer/ assim  se purifica o ar depois de chover" - Trecho da música "sem nome", que Marcelo Jeneci não incluiu em seu álbum "Feito Pra Acabar"

Por Thaís Pimenta

Foto: Rafael Flores
Copo d'água, pingos, tempestade. As músicas de Marcelo Jeneci pedem chuva. Para criar o cenário e clímax perfeito a natureza deu uma forcinha.

Na noite do último sábado (17), enquanto acontecia o show do cantor, em Vitória da Conquista-BA, o tempo oscilava entre pingos serenos de chuva e pancadas mais fortes. Assim como oscila o amor.

Como não falar de amor ao relatar um show de Marcelo Jeneci. Todos desejam uma "história de amor pra contar",  procuram um "lugar onde o sol brilhe", "um lugar bem feliz pra poder agir naturalmente". E foi cantando  e embalando as histórias que as pessoas se identificam e as deixam à flor da pele, que Jeneci conseguiu arrancar lágrimas discretas e sinceras dos conquistenses.

O show de Jeneci fez parte do projeto Mais MPB, prévia do Festival SuíçaBahiana, que contou também com as apresentações de Benjamin e da banda O Círculo. Nos bastidores, murmurinhos diziam que Marcelo Jeneci não daria entrevista à imprensa. Mas "de tanto não parar, O Rebucetê chegou lá". Conversamos com o cantor que falou um pouco sobre a participação da Natura em sua carreira, sobre suas composições e ainda sobre o assunto delicado de sua recente separação. O resultado desse bate-papo compartilhamos com exclusividade para você, nosso leitor.

O Rebucetê: Talvez o boom da sua carreira tenha sido após a produção do seu álbum e seu show de lançamento, que a Natura produziu. A partir daí, as gravadoras começaram a te olhar com outros olhos. Para você, qual a importância participação da Natura em sua carreira e na dos novos nomes da MPB?

Marcelo Jeneci: Acho que a Natura é uma empresa que merece muito respeito. Ela vem conquistando um império muito grande de maneira muito limpa e clara,  nem um pouco obscura como a maioria das grandes empresas. E acho muito bacana o edital Natura Musical porque graças a ele pude gravar o "Feito Pra Acabar" do jeito que eu sempre sonhei. Nós tínhamos um plano de fazer um disco, um plano A, onde eu gastaria um puta grana pra realizar. Mas aí graças a Natura eu pude viver uma experiência no plano A. E assim será meu segundo disco, patrocinado pela Natura também.

OR: As histórias, as letras de suas músicas, são facilmente absolvidas pelas pessoas. Para você, o amor e a felicidade são tão belos e simples como suas composições?

MJ: Acho que são muito mais bonitos e muito mais simples que minhas músicas. As minha músicas tentam alcançar um “lelezito”, um frenesi do sentimento puro. Eu tento fazer canções que cheguem no alvo, no coração das pessoas. Mas o sentimento verdadeiro quando acontece dentro de alguém é muito mais forte do que qualquer canção.

OR: Em entrevista, você confessou uma vez que cresceu embalado pelas trilhas sonoras das novelas e hoje é você que as compõe. Como se sente embalando trilhas de novelas, casamentos e histórias?

MJ: Acho que a gente é para o que nasce. Então aos poucos a gente vai percebendo o que melhor tem a oferecer. Nem todo mundo tem a chance de viver do que sabe fazer. Então, eu acho que o fato de as minhas músicas serem encaminhadas para telenovelas, hoje em dia, é uma consequência de uma história cheia de fatos. Não é apenas uma conquista minha, vem aí a família que me criou, o fato de eu ter crescido na periferia de São Paulo ouvindo rádio, vendo TV, consumindo cultura popular, depois ter virado músico e ter a chance de viver de música. E hoje, o fato de minhas músicas serem encaminhadas para novelas tem a ver com o percurso que me foi dado, que eu percorri. Então, eu acho que é isso que eu vou tentar percorrer pelo resto da vida, os versos e melodias quem deem conta de sintetizar as coisas que você vive, que eu vivo.

OR: Você compôs a música "Pra sonhar" para sua ex-esposa e empresária. E agora como fica a "história pra sonhar"?

Foto: Rafael Flores
MJ: Acho que tudo nessa vida tem começo, meio e fim. O casamento por mais maravilhos que seja ele é uma ideia que impõe que não vai ter fim. Isso é uma ideia humana natural, é uma aposta, é uma fé. Eu tive um casamento maravilhoso, compus essa música "Pra Sonhar" e me separei. Vou guardar com todo carinho e amor do mundo essa relação que eu vivi e foi a coisa mais maravilhosa que aconteceu na minha vida. Mas seria injusto que isso acontecesse uma única vez na vida. Então eu tô aí como várias pessoas acreditando que de repente o céu possa se abrir.

OR: Para finalizar, onde o sol brilha pra você?

MJ: Em vocês, as pessoas que eu vejo enquanto eu canto.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Confira a grade de atrações do Natal da Cidade 2012

Grade completa foi anunciada nesta terça-feira (20), em um coletiva de imprensa que reuniu representantes políticos e culturais de Vitória da Conquista

Por Ana Paula Marques e Rafael Flores





O Natal da Cidade é considerado um dos maiores eventos do interior da Bahia e do Brasil no mês de dezembro. 
Com 16 anos de existência, ele tem a proposta de mesclar a valorização da cultura e da tradição folclórica da nossa região com a boa música, crescendo e se consolidando a cada ano que passa.

Em 2012, a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, mantém a tradição de promover uma bela festa, com direito a grandes atrações nacionais.

O Natal da Cidade 2012 acontecerá entre os dias 15 a 25 de dezembro.

Uma coletiva de imprensa foi realizada nesta terça-feira (20), contando com a presença de jornalistas e de representantes políticos e culturais da cidade.

Para dar as boas vindas, um grupo de terno de reis do Alto Maron recebeu os convidados na porta do Memorial Régis Pacheco, localizado na Praça Tancredo Neves. A decoração assinada por Victória Vieira deu ares natalinos dentro do espaço. Houve também apresentações de músicos da terra.


Atrações anunciadas

15/12: Artur Moreira Lima/Lenine
16/12: Gal Costa
17/12: Marina Elali
18/12: Jerry Adriani
19/12: Quinteto Violado
20/12: 14 BIS
21/12: O Teatro Mágico
22/12: Guinga/Ivan Lins
23/12: Zélia Duncan
24/12: Homenagem a Dércio Marques com Dani Lasalvia e João Omar
25/12: Edson Cordeiro


O Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Gildelson Felício, destacou a variedade de atrações presentes nesta edição.


Para ele, a grade apresentada contempla diferentes opiniões, por transitar entre a música erudita e a popular. "Ainda temos artistas novos, como a Marina Elali e O Teatro Mágico, e artistas com uma história mais longa, como a Gal e o Jerry Adriani", completa. 

Outras Linguagens

Além de oferecer apresentações musicais, o festival costuma mesclar diferentes linguagens, como teatro, artesanato e literatura.

Segundo o prefeito Guilherme Menezes, três centenários serão homenageados este ano, contextualizando e trazendo um pouco da história da cultura brasileira para os espectadores. Formam o trio o poeta local Camilo de Jesus Lima, o rei do baião Luiz Gonzaga e o escritor Jorge Amado.

Críticas à Praça

O evento acontece na Praça Barão do Rio Branco, no centro da cidade. O local já é alvo de críticas e sugestões por partes da comunidade conquistense.

O produtor cultural Pedro Massinha chama atenção para a necessidade de um espaço maior para a proposta do Natal da Cidade. "A Praça está pequena para um evento que é um dos maiores do Nordeste na época de Natal."

Comunga da ideia o ativista André Ará, o qual ainda propôs a criação da hashtag #ABarãoVaiFicarPequena.

A partir do dia 15 de dezembro, fiquem ligados na cobertura especial do O Rebucetê no Natal da Cidade 2012.


Outros Eventos

A praça Barão do Rio Barão do Rio Branco começa a ficar pequena ainda no dia 15, com a terceira edição do Festival Avuador. Entre os nomes confirmados pela produção está o paulistano Curumin.
Antes disso, acontece o Festival Suíça Bahiana, também em sua terceira realização. Este, realizado pelo coletivo local do circuito Fora do Eixo, acontece nos dias 07 e 08 de dezembro na Arena MiraFlores. Dentre as atrações estão Pouca Vogal, Cachorro Grande, Complexo Ragga e Tono.


O Putetê II - Eu Não Presto, Mas Eu Te Amo


Abrindo a excelente programação do mês, O rebucetê realiza a segunda edição da sua ousada e badalada festa, O Putetê. Com discotecagem e shows com a temática Brega, o evento acontece no dia 1º de dezembro no Viela Sebo-Café. Os ingresso custam R$7,00 e começarão a ser vendidos ainda esta semana. 

Confirme sua participação aqui

Diamante Fake: "Unapologetic" - Rihanna

Rihanna é uma das cantoras pop mais produtivas desta geração. O que nem sempre significa qualidade. Em seu novo trabalho, "Unapologetic", Rihanna supera a farofa do álbum anterior, mas ainda precisa tirar férias.

Unapologetic (Def Jam, 2012)
Rihanna

Por Lucas Oliveira Dantas


Está na Bíblia: “a cada doze meses a terra será assolada por mais um lançamento de Rihanna.”

Juro que adoraria passar um ano acompanhando Rihanna para todos os lados. A profusão de álbuns a sair da cachola dela é impressionante; apesar de não ser do meu gosto enquanto fã de música, fico ao menos curioso em saber desse processo criativo.

Pois, se há algo que me incita nessa linha de produção, é o quanto Rihanna muda a cada álbum, mas mantém-se perfeitamente reconhecível.

Claro que nem sempre ela é bem sucedida: ano passado, por exemplo, ao lançar “We Found Love” (Talk That Talk, Def Jam, 2011) sua colaboração com o (agora) badaladíssimo DJ e produtor britânico, Calvin Harris, parecia que ela manteria o ritmo grandioso e excitante do álbum anterior. Mas, quando o conjunto da obra [o álbum] se revelou uma grande bagunça enjoada, a pergunta era inevitável: será que Rihanna não deveria tirar umas férias?

Unapologetic

Mas não! Óbvio que em 2012 Rihanna lançaria outro álbum e Unapologetic (Def Jam, 2012) não exclui a pergunta acima, mas é bem melhor que seu esforço do ano passado.

“Unapologetic” soa emocionalmente mais honesto, se aproximando de seu maravilhoso Rated R (Def Jam, 2009). Mas, em termos musicais, é como se Rihanna ainda não conseguisse encontrar a unidade e equilíbrio em seu modus operandi de produção. Enquanto há momentos interessantes - em que ela se permite a uma experimentação (mesmo que fake, por se tratar de imitações apropriações) -, há outros bem decepcionantes.

A grande característica de toda Diva Pop é sua capacidade de copiar e se moldar aos estilos propostos a cada trabalho.

Se formos analisar o quesito “apropriação”, Rihanna é a MELHOR Diva Pop desta geração. Ao contrário de outras tantas mainstream afora (*COF* Lady Gaga *COF*), ela assume estilos musicais e os torna dela. Talvez porque, sabiamente, escolhe estilos mais alheios ao conhecimento geral.

Quando ela usa, neste álbum, a atmosfera sexual, tensa e sombria do rapper indie canadense The Weeknd, ela dá os melhores momentos do álbum, como em “Loveeeeeee Song” e “Jump”.

Aliás, The Weeknd deve ter sido o santo pelo qual Rihanna rezou todos os dias enquanto produzia esse álbum.

Depois, ela vai lá e caga tudo com porqueiras genéricas como “Right Now” (alguém POR FAVOR mate a carreira de David Guetta!), “What Now” e “Fresh Off The Runway”. Esta última, por exemplo, começa com um BANG e se arrasta com um FUEN! Muito parecido com o álbum no geral.

“Nobody’s Business”, o famigerado dueto com Chris Brown – o namorado que lhe desceu o cacete (trocadilho intencional)  – é a MELHOR música de todo o álbum. A pegada house dos anos 1990 é maravilhosa, lembrando de longe o trabalho de Madonna em 1992 (Erotica, o álbum) e outros de Michael Jackson, como “Remember The Time” e a icônica “Keep It In The Closet”; e a performance de Brown é tão maravilhosa (e infinitamente superior à de Rihanna) que você se sente meio culpado por estar gostando. (Sim, é difícil perdoar, mas “it ain’t nobody’s business”).

Mas, se você sabe um pouco da cena Pop de 2011 para cá (além dos grandes palcos dos quais Rihanna faz parte), conhece o trabalho de Azealia Banks e como ela tem ressuscitado e soprado divinamente vida neste gênero musical. Então, PALMAS para Rihanna por canalizar tão bom trabalho, mas Azealia e todos aqueles que já conhecem o seu e outros trabalhos estão dando risocas irônicas por dentro.


Linearidade vocal

Pop bitches têm a necessidade de lançar baladas que, muitas vezes, são apenas para demonstrar seu potencial vocal. O que pode ser uma armadilha, pois geralmente a potência vem com uma performance tão genérica em termos musicais e bem meia-boca em termos vocais. Você ouve as notas serem alcançadas, mas com entrega emocional pífia.

Só que Rihanna sempre foi uma artista inteligente, escolhendo e produzindo canções que se melhor encaixavam em suas limitações, estilo e, principalmente, no trabalho que lançava. Suas baladas não saíam dessa lógica, sendo sempre fantásticas em atmosfera – basta escutar canções como “Skin” (Loud, 2010) e a icônica “Russian Roulette” (Rated R, 2009).



Assim como como em seu álbum de 2009, o primeiro single de “Unapologetic” foi uma balada, “Diamonds”. Composta pela nova queridinha das divas pop americanas, a australiana Sia, a canção é mais uma perfeita imitação de Rihanna. Ela imita Sia com maestria e perfeição e se, a princípio, o resultado é decepcionante (ainda mais se você já conhece o trabalho da australiana), com o tempo a coisa fica até agradável.

A principal balada do álbum é “Stay” e é nela que Rihanna escorrega. Enquanto a letra carrega bela força emocional sobre um relacionamento conturbado e destrutivo, a força emocional fica por conta de Mikky Ekko - co-autor e vocalista convidado da faixa -, pois Rihanna mantém uma linearidade vocal insípida. Ou seja, a balada se faz completamente desnecessária no conjunto da obra.

Como mencionei acima, o grande trunfo de Rihanna é que, de todas as suas contemporâneas, ela é que soa mais verdadeira a cada álbum, mesmo que suas experimentações soem deslocadas e forçadas. Porém, em “Unapologetic”, ela entrega um bom produto, no qual ao invés de descartar pela pressa em produzir e lançar (Talk That Talk), você genuinamente deseja que ela tivesse se permitido mais tempo para o cozinhar e burilar melhor.

Nota: 3,5/5
Destaques: Loveeeeeee Song, Jump, Diamonds, Love Without Tragedy-Mother Mary, No Love Allowed.

domingo, 18 de novembro de 2012

Quem te viu, quem te vê

A noite do Mais MPB foi marcada por estréias, Benjamin, novas músicas do Círculo e um novo Marcelo Jeneci.

Por Maria Eduarda Carvalho


Aconteceu ontem na arena Miraflores a primeira edição do projeto Mais MPB. Com as apresentações de Benjamin, oCirculo e Marcelo Jeneci, o evento foi também uma prévia do Festival Suíça Bahiana (06 a 08 de dezembro).

Muito prejudicado pela chuva torrencial em termos de público e estrutura, a noite demorou a "engatar" e foi se construindo aos poucos, mas no final das contas conseguiu se sair bem sucedida.

As luzes fortes do palco que coordenavam também o resto da arena inundavam de azul o ambiente, quando subiu ao palco a primeira atração, Benjamin.

Um palco grande para um cara com um violão, mas quem precisa de banda quando assim mesmo consegue preencher o espaço com toda aquela sonoridade? O folk é tímido, mas quando mostra a que veio retem, com facilidade, a atenção do ouvinte.

A repercussão da apresentação era uma incógnita, já que era a primeira vez que o artista apresentava o projeto para o "grande público". Pouco tempo depois, Diego desabafou, "o meu show ainda não passou muito, ainda não o realizei. Mas eu fiquei muito feliz quando vi as pessoas cantando uma música minha, de verdade, me emocionou", e assim foi sua estréia.

Quem veio depois apesar de não ser artista local já era um grande conhecido. A banda soteropolitana oCírculo já tocou por aqui algumas vezes, sempre com máxima receptividade e carregando uma legião de fãs, dando à noite, mais ou menos nesse ponto, uma "cara de show". A chuva deu uma trégua e mais gente começou a chegar para curtir o repertório preparado pela banda.

O público da noite pôde curtir uma mistura no repertório, canções mais conhecidas como "Meu Bem", "Muito Romântico" e "Janela", intercaladas com uma pitada ou outra de novidade, denunciando o trabalho que está por vir. Muita energia, gente cantando junto. O grupo estava mesmo em casa e funcionou bem como um prenúncio do que estava por vir.

Dentre os shows, o Mais MPB já tinha crescido em público e melhorado em expectativas. Um número maior de pessoas reunidas em torno do palco já estava ali para aguardar a grande atração da noite, Marcelo Jeneci.

Enquanto também aguardava, eu pensava no seu último show durante o Festival Suíça Bahiana, tranquilo, articulado, bem ensaiado.

Sinceramente não é dos meus estilos favoritos, prezo o empenho dos artistas na construção do show, mas me encanta muito mais as emoções a flor da pele, a dança mal conduzida, o calor do momento.

E qual não foi minha surpresa encontrar tudo isso e ainda mais no show que se seguiria?

Jeneci

Depois de impasses e atrasos, Jeneci subiu ao palco. Visivelmente mais magro e com uma barba enorme, o cantor não aparentava nem de longe o bom moço do Festival passado. Houve quem julgasse seu estado como alterado - e com certa razão -, mas ninguém pode negar que sua entrega no palco foi absurda.

Fiquei ali parada, uns bons minutos tentando entender o que acontecia e rindo da minha própria cara com os pensamentos antes aqui relatados, mas não consegui mais desgrudar os olhos do palco.

De uma hora para a outra o Miraflores tinha se transformado. Outra energia pairando, pessoas se espremendo contra a grade, o contato entre artista e público construindo juntos uma performance.

Os casais e seus abraços melosos (como era previsto) até que estavam por lá, mas não era maioria ou nem tinham tanta importância, as atenções estavam todas voltadas mesmo para o palco.

Laura, companheira de palco e de voz de Jeneci, continuava uma bonequinha e, muitas vezes, segurou com maestria os vocais, um pouco prejudicada pelo volume dos instrumentos, mas sempre muito cativante.

Sem dúvidas, Marcelo Jeneci deu à cidade um dos melhores shows do ano. E olha que falamos de um 2012 de Criolo, Mundo Livre, Felipe Cordeiro.

Talvez esse nível de entrega um pouco à margem da completa lucidez seja "destrutivo", mas, como disse o Wander Wildner, "o público quer que você se mate no palco" e, pelo menos de longe, pareceu que ele também estava se divertindo.

Agora só há uma coisa a dizer, espero um novo Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos e não vem do Otto.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O ritmo da palavra de Benjamin

O Rebucetê entrevista Diego Oliveira do projeto de música folk Benjamin, que se apresenta neste sábado no Mais MPB

Por Maria Eduarda Carvalho, colaborou Thaís Pimenta.


Foto: Diego Oliveira/ Divulgação
Benjamin é um nome de pessoa, ou de projeto. É o título de batismo dado pelo artista Diego Oliveira ao seu projeto de música folk idealizado lá nos idos de 2008, mas que só veio a público recentemente quando gravado e lançado junto ao seu primeiro EP: Live From a Dead Room - A One Take Session.

As sete músicas gravadas “durante uma madrugada e uma manhã com um gravador portátil” repercutiram na internet e mesmo antes de uma grande apresentação ao vivo já conquistou um grande número de fãs e curtidas no Facebook.

O responsável por tudo isso, o multi-instrumentista Diego também é produtor musical e figurinha carimbada no cenário da música local. Agora também contribui para que Vitória da Conquista se incorpore ao circuito folk da música nacional.

Amanhã, no projeto Mais MPB, Benjamin faz pela primeira vez sua primeira grande aparição em público e as expectativas são das maiores. Para conhecer melhor e esquentar as turbinas para a noite de sábado que promete, O Rebucetê entrevistou Diego Oliveira que apresentou um pouco mais do seu novo trabalho e sobre música.

O Rebucetê: Todas as suas composições são em inglês e o folk também tem essa tradição de ter canções nesse idioma, mesmo quando de outros países. Quais os elementos do inglês que fazem dele uma ferramenta no folk?

Diego: A palavra tem ritmo. Por si só, isoladas, elas trazem informações muito além do seu sentido; têm o poder de conduzir de forma quase física. Imagine palavras como trust, love, faith, elas passam com sua dinâmica exatamente o que o sentido traz, são fortes, diretas. Agora imagine palavras como flowing, floating, percebe o ritmo? Imagine todas essas palavras combinadas e trazendo uma ideia, acho que isso ajuda a entender a grandiosidade do inglês no processo de composição e escrita. É por aí que eu me sigo e, dentro do folk especificamente, é conseguir um pulsar diferente, uma contraponto ao violão, que seja pertinente mas que seja honesto e natural. Não tenho tanta habilidade com o português pra conseguir os mesmos resultados, o que é uma pena, já que não sei se existe língua mais bonita que o português.

OR: Ainda falando do estilo folk, ele não é muito desbravado e conhecido no Brasil, mas existe uma cena ao seu redor. Qual o atual panorama do folk brasileiro? Que bandas você pode citar como referência no quadro nacional?

D: É, o folk vai "muito bem, obrigado"! É um cenário emergente que cativa de formas e intensidades diferentes em cada ponto no Brasil, mas que tem crescido e, o melhor, com extrema qualidade. O cenário paulistano é sem dúvidas algo a destacar, artistas como Phillip Long, The Outside Dog, Phillip Nutt, Gilmore Lucassen, Eric Taylor e ainda mais, bem mais, enfim... realmente tem muita gente de expressão que vem, cada um de sua forma, contribuindo como pode pra que a coisa aconteça. Isso sem falar nos festivais de folk que são maravilhosos. Acústico Folk Music Brazil, All Folks Fest, estão todos aí pra mostrar que a coisa tem seu público e apelo. Na Bahia eu não saberia dizer de verdade; não consigo imaginar como a coisa funciona porque, de todos os estados que me conectei através desse estilo, a Bahia foi o que menos se abriu.

OR: Apesar de não ter se apresentado em público muitas vezes, seu trabalho tem tido uma ótima repercussão nas redes sociais. A quais elementos você atribui essa receptividade?

D: Olha, eu diria que a simplicidade e informalidade que vem sendo feito, desde o processo de gravação das músicas do EP, quanto à forma que cuido das pessoas que estão por perto no Facebook e outros; estou sempre por lá, faço o que posso pra deixar claro que é muito honesta a minha entrega à minha arte e me parece que o recado tem sido entendido. Além disso, vem a gentileza das pessoas que estão acompanhando e compartilhando.

Foto: Diego Oliveira/ Divulgação

OR: Segundo o site Folk Music Brazil sua música tem “uma sinceridade que se pode sentir em cada sílaba e cada nota” e é, de fato, um trabalho para ser muito mais sentido que qualificado. Quais elementos você julga essenciais para dar essa atmosfera lúdica aos sons?

D: Não há muito o que dizer sobre isso, tudo está no verso. Meu verso vem falar do encontro, a alma se toca de alguma forma, com outra, com algo; o encontro se dá, nasce o verso e ele tem vida própria, pede uma cama, um descanso, uma estrada. Essa estrada é o som, o arranjo, a harmonia que aparece, eu só vou trabalhando as curvas.

OR: Apesar de o projeto Benjamin ser novo, sua atuação na cultura local já vem de tempos, trabalhando por exemplo com produção musical em estúdio de gravação. Por acompanhar de perto a rotina das bandas conquistenses, como vê o cenário musical da cidade hoje? Como as bandas têm evoluído dentro dessa nova lógica de produção colaborativa?

D: Grande cenário, só na teimosia é possível pensar o contrário. Temos qualidades em bandas, músicos, produtores, estúdios, quer mais o quê? A arte é um campo de guerra, parte do que você tem de enfrentar consigo mesmo pra fazer de forma honesta. Imagine trazer isso pra o mundo, não é fácil pra ninguém! Por isso, se alguma banda ou artista conquistense dessa nossa geração, ainda não é uma referência nacional, isso não é por falta de gabarito. Os ventos são de toda parte, uma hora sopra aqui, outra acolá.

Mês da Consciência Negra é celebrado em Conquista

Programação dedicada a promoção da igualdade racial e combate ao racismo integra o Novembro Negro 

Da Redação*




O mês de novembro é instituído pelo movimento negro do Brasil como Mês da Consciência Negra. Em comemoração, a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista promove uma vasta programação dedicada à promoção da igualdade racial e de manifestações voltadas para o combate do racismo. A programação compõe o Novembro Negro com encontros, caminhadas e seminários, celebrando a luta contra o preconceito. O Novembro Negro é uma ação conjunta entre grupos, conselhos municipais e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, através da Assessoria Técnica de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. 

Confira a programação do Novembro Negro em Vitória da Conquista:

Dia 17/11 – Caminhada das Comunidades Quilombolas – Praça 9 de Novembro

Dia 20/11 – Caminhada Conquista é da Paz e Combate ao Racismo – Praça 9 de Novembro

                 – O Encanto de Ler – Praça Gerson Sales

                 – Audiência Pública – Câmara Municipal de Vereadores

Dia 24/11 – Seminário “Plano Municipal de Políticas de Igualdade Racial” – ADTR 

Dias 30/11 e 01/12 - II Encontro da Juventude Quilombola – Programa Conquista Criança