Nossa
geração sempre ouviu falar de gafieira, malandragem, chapeu panamá, danças
sensuais e coladinhas, mas poucos de nós realmente sabemos a origem desse
gênero do samba, que se apresentará com grande estilo no Festival da Juventude
pela banda conquistense Gafieira Brasil.
Por Lucas
Oliveira Dantas e Mariana Kaoos
Nos últimos
dez anos, pelo menos, uma nova leva de artistas brasileiros tem reavivado a
Música Popular Brasileira através de sua raiz mais famosa, o samba. Na Bahia,
artistas como Marienne de Castro e Juliana Ribeiro resgatam a tradição do samba
de roda do Recôncavo, enquanto que no Sudeste do país gente como Roberta Sá,
Mariana Aydar e Diogo Nogueira reacendem a chama sambista nas rádios mainstream
Brasil afora.
Por volta
das décadas de 1950 e 1960, o Brasil exportou o samba para o mundo e a imagem
do boêmio malandro carioca, que varava noites de bar em bar, bordéis e casas de
gafieira. Esse jeito malandro tornou-se um ícone de brasilidade. É essa imagem
glamurizada pela cultura de mídia que temos do samba. Mas a história é mais
antiga.
As casas de
gafieira, na verdade, surgiram pelo fim do século XIX, início do XX, sendo os
lugares em que a classe trabalhadora e mais humilde do Rio de Janeiro
frequentava para praticar danças de casal (ou “dança de salão”), mais
especificamente o maxixe. Com o passar dos anos, o maxixe virou samba e as
casas de gafieira se tornaram cada vez mais populares e famosas, tendo seu
ápice cultural nas décadas de 1940 e 1950.
Nesses
salões, repletos de casais sensuais e desenvoltos, o próprio samba foi se
modificando, incorporando outros elementos provenientes da música caribenha
(como instrumentos de sopro e percussão mais acelerada), dando origem a
subgêneros como o “samba de gafieira”, o “samba de breque” e o “samba de
telecoteco”, os quais têm como característica comum a famosa malandragem do
carioca que tinha como objetivo paquerar.