Por Mariana Kaoos
Salvador, perto dos 30° sombra. Escondido entre prédios pós-modernos que o novo milênio trouxe consigo à cidade da Bahia, dando um ar contemporâneo e por vezes glamuroso ao tradicional bairro da Graça, o Museu Rodin é, talvez, a aorta pulsante do coração da arte que existe no Estado. Acompanhada da promissora artista plástica, produtora de cinema, estudante de arquitetura e detentora dos melhores sorrisos do litoral, Larissa Cunha, entrei pensativa, lembrando de promessas de grandes eventos outrora feitas em relação ao mesmo local que, somente agora, eu pisava pela primeira vez.
Salvador, perto dos 30° sombra. Escondido entre prédios pós-modernos que o novo milênio trouxe consigo à cidade da Bahia, dando um ar contemporâneo e por vezes glamuroso ao tradicional bairro da Graça, o Museu Rodin é, talvez, a aorta pulsante do coração da arte que existe no Estado. Acompanhada da promissora artista plástica, produtora de cinema, estudante de arquitetura e detentora dos melhores sorrisos do litoral, Larissa Cunha, entrei pensativa, lembrando de promessas de grandes eventos outrora feitas em relação ao mesmo local que, somente agora, eu pisava pela primeira vez.
O que indaguei durante todo o trajeto de visita foi que eu, baiana há vinte e dois anos, andarilha contumaz pelas trilhas abertas por Caymmi, Jorge Amado e Aninha Franco, consumidora voraz de produtos literários, visuais e sonoros, jornalista em formação e seguidora atenta da produção artística de nomes como Jorge Mautner, Torquato Neto e Zuenir Ventura, nunca tenha me atentado à riqueza que as paredes do casarão branco do Rodin guardam para os visitantes.
Tudo bem, sempre que saio de Vitória da Conquista e venho vivenciar as delícias de Soterópolis, procuro ver "a exposição da vez" no Museu de Arte Moderna, como também sempre passo pelo Museu de Arte da Bahia para relembrar parte do passado da sociedade baiana, traduzido em porcelanas de cristal, quadros religiosos e “cadeirinhas” coloniais, aquelas em que os escravos transportavam com zelo as sinhás moças. Porém, nada, nada paga a emoção e a inquietude de se sentir pela primeira vez em um novo espaço, rodeada de arte, transformando a linguagem e a imagem, junto com o som, em apenas “coisa em si”.