sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Primeira noite do #GritoRock VCA: "Entrou na dança, não consegue mais parar"

Por Thaís Pimenta


O primeiro dia do #GritoRock Vitória da Conquista 2012 foi marcado pelas influências dos mais variados gêneros musicais. Antigamente, um evento assim intitulado logo remeteria à idéia de um som predominantemente pesado, marcado pelos agudos da guitarras. As Noites Fora do Eixo desmistificam isso. Na noite de ontem (23/02), no palco do Viela Sebo Café, as bandas passearam do punk-rock ao samba e carimbó. Passearam também pelos estados norte e nordeste. A primeira noite contou com  Cama de Jornal (VCA), Zefirina Bomba (João Pessoa) e Alaídenegão (Manaus).


Foto: Vinycius Almeida
Segundos antes do show, o locutor anunciava: “Com vocês a banda mais playboy da cidade, só tem filhinho de papai”. Como resposta à ironia que remete a música "playboy blá, blá, blá", as cordas da guitarra vibraram, as batidas das baquetas acompanharam e o punk, mostrando sua potência sonora, abriu o #Grito Rock Vitória da Conquista 2012 com a Banda Cama de Jornal. Como toda boa banda da casa, Cama de Jornal tem intimidade com o público. Entre uma música e outra, Nem, o vocalista, faz uma piada ou satiriza uma situação. “Hoje eu que tô pagando o meu goró, ninguém tá me bancando”, brinca Nem, antes de cantar a musica “O Álcool me persegue”. Músicas como “Nada a Perder” e “Os Políticos” não poderiam faltar no repertório da banda; com a letra na ponta da língua e uma garrafa de cerveja na mão, o público cantava, dançava e bebia com Cama de Jornal. “Quem quer vir aqui em cima tomar um goró?”, Nem, durante o show, convidava.

Foto: Dorgi Barros
Zefirina Bomba, segunda atração da noite, não deixou a galera desanimar. O trio descontraído e irreverente de João Pessoa fez um rock à base de violão, baixo e bateria. Não! Você não entendeu errado, é violão mesmo. Como o próprio vocalista, Ilson, define: “um violão todo fudido, mas que faz um barulho desgraçado”. Durante o show, duas cordas do violão arrebentaram. Acidentes acontecem, mas o show não pode parar, a banda continuou a fazer o seu som mesmo com esse pequeno desfalque. Essa foi a segunda apresentação da banda em Vitória da Conquista, a primeira foi em 2006, e a resposta do público vem sendo ainda mais positiva.

Foto: Dorgi Barros
Brega, carimbó, maracatu, coco-ciranda. Pra fechar a noite, o palco do Viela foi invadido por ritmos do norte-nordeste, que mesclados ao rock compõem o som da banda Alaídenegão. As rodinhas punks e o bate-cabeça deram lugar à malemolência e ao remexer dos quadris. A banda tocou além das faixas principais do seu EP "Uns todo mundo, outros tudo bem" , como “A Lua é minha Praia” e “Zapata”, músicas típicas dos ritmos nortistas, trazendo também, ao final do show, uma marchinha de frevo, segundo a banda, o hino que fizeram este ano no Cauxi Eletrizado, bloco de carnaval manauense. No refrão da marchinha, o que o público conquistense sentiu ao swingar com a banda: “entrou na dança, não consegue mais parar”.




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