Por Thaís Pimenta
A
organização havia prometido: “O evento começará às 16:00 horas, e seremos
pontualíssimos”. No entanto, às 16:40 h o público ainda aguardava na praça
Guadalajara, vulgo, praça da Normal. Grupos de amigos esperavam ansiosos pela
abertura dos portões da Concha Acústica do
Centro de Cultura de Vitória da Conquista, enquanto, ao poucos, a
praça da Normal começava a ficar mais escura. O termo “escuro” refere-se ao tom
das camisas daqueles que ali se reuniam, onde as estampas de bandas e all stars
nos pés acabavam por compor o look rock'n'roll. O Festival Rádio Rock aconteceu
no último domingo (03/06) e veio quebrar o jejum de mais de um ano sem um
grande festival de rock no Centro de Cultura. O céu ganhou um tom
alaranjado, indicando o findar da tarde e o começo do evento. Por volta das 17
h a primeira banda subiu ao palco. Enquanto o público entrava na concha, os
rapazes da In Mundos já faziam um som pesado e as primeiras rodinhas punks,
ainda tímidas, começavam a se formar. A banda que já tem cinco anos de
história, trouxe ao palco algumas músicas autorais como “Índio Pataxó”
e “Saúde Zero”, além de alguns covers de Dead Kennedys, Ramones, entre outras bandas.
Foto: Letícia Portela |
A atração mais esperada pelo público, a Cama de Jornal,
queridinha do cenário punk de Conquista, foi a penúltima banda a se apresentar. E
bastava Nem, vocalista da banda, cantar a primeira vogal de cada música para o
público acompanhar. Uma parada para um esclarecimento: “Essa música que agora
eu vou cantar, não é apologia à bebida, eu realmente a fiz por que estava
tentando parar de beber”. Bastou essa frase para que a galera começasse a
cantar “O álcool me persegue”. Em questão de segundos, os vocalistas das bandas
que já haviam se apresentado, subiram ao palco e dividiram o microfone com Nem,
momento ápice do festival.
Foto: Letícia Portela |
A última banda foi a Suffocation
of Soul. Quando começaram a tocar, aí sim entendi o que é um verdadeiro bate
cabeça. O grupo de thrash metal
old school com fortes
influências do heavy tradicional, oriunda da cidade de Poções, tem uma
característica em comum entre os quatros integrantes: cabelo longos e
cacheados. Enquanto tocavam músicas como "Prellude to a Nuclear War" e "The Last Away of Madness", o que se via
era um balançar quase que sincronizado de suas madeixas. O repertório da
Suffocation ainda teve espaço para as músicas "Alison Hell" e
"From The Past Comes The Storms", das bandas Annihilator e Sepultura,
respectivamente.
O festival,
organizado por Osniel Oliveira, relembrou os tempos em que haviam
frequentemente shows de rock na Concha do Centro de Cultura. “Há mais
de um ano não havia um evento desses, mais underground, mais rock'n'roll, mais
metal. Por isso pensamos em fazer um evento mais dedicado à bandas mais
pesadas, porque geralmente essas bandas não têm espaço em Vitória da
Conquista”, afirma Osniel. Segundo o organizador, o principal empecilho para a
realização desse tipo de evento é a falta de um espaço adequado. “A agenda do
Centro de Cultura geralmente é cheia, e Conquista não oferece outro lugar, a
maioria dos shows alternativos acontecem no Viela Sebo Café, mas sabemos que lá
há problemas estruturais, é um espaço pequeno, um barzinho”, afirma.
Foto: Letícia Portela |
FOI BOM DEMAIS ISSO AÍ EIN
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