Por Mariana Kaoos
Ao longo da estrada que dá em Pasárgada, seguindo por diversas colinas,
curvas perigosas e estrada de chão, é possível observar a vasta paisagem das
flores do campo. Para quem olha rapidamente, elas parecem borrões de tintas
coloridas, tamanha a intensidade de suas cores. Nos dias em que o Astro Rei
aparece para lhes saudar, as flores ainda adquirem um brilho diferente,
chegando a ofuscar a visão dos transeuntes e fazendo com que eles se percam no
caminho, indo parar em outros lugares longínquos, que nada tem a ver com
Pasárgada.
Ao contrário das bandas de lá, chamadas de cidades e que são sempre
muito iguais, os limites do reino é protegido por uma fortaleza de tulipas
gigantes. Embora pareçam frágeis e delicadas, as tulipas são “guerreiras”
(apelido dado por outras flores). Sua armadura é da cor lilás e elas se põem
rentes, firmes, dia e noite, noite e dia, de folhas dadas, impedindo a passagem
dos tolos que, vezenquando, aparecem gananciosos, querendo explorar as
terras sagradas.
Na verdade, a chegada delas foi mesmo um achado para Pasárgada. No dia em que o Rei Nu soube da fama das tulipas, fez uma cara de espanto, arregalou seus olhos verdes e perplexo, falou como que numa premonição: “Do centro da folhagem surge uma haste ereta, com flor solitária formada por seis pétalas”. Sentou no seu trono, que na verdade era um galho alto duma árvore e, olhando para os girassóis lá embaixo gritou: “convide as meninas turcas. Quero lhes dar moradia, alegria e paixão. Em troca, elas irão proteger o nosso reino dos invasores imbecis. O lugar delas é aqui e não na Turquia, França ou Holanda. Quero estas Tulipas!”. Prontamente, escreveu uma cartinha e mandou pelo seu mais ágil pombo correio.
Na verdade, a chegada delas foi mesmo um achado para Pasárgada. No dia em que o Rei Nu soube da fama das tulipas, fez uma cara de espanto, arregalou seus olhos verdes e perplexo, falou como que numa premonição: “Do centro da folhagem surge uma haste ereta, com flor solitária formada por seis pétalas”. Sentou no seu trono, que na verdade era um galho alto duma árvore e, olhando para os girassóis lá embaixo gritou: “convide as meninas turcas. Quero lhes dar moradia, alegria e paixão. Em troca, elas irão proteger o nosso reino dos invasores imbecis. O lugar delas é aqui e não na Turquia, França ou Holanda. Quero estas Tulipas!”. Prontamente, escreveu uma cartinha e mandou pelo seu mais ágil pombo correio.
No início elas bem que chegaram tímidas, inseguras, duvidosas. O trajeto
para Pasárgada foi tenebroso. Embora fortes, elas não gostam de calor, nem de
climas quentes. As tulipas, além de terem muita sede de vida, são umas
matracas. Com suas vozes estridentes, não param de conversar sobre táticas de
defesa, bem como sobre as lutas memoráveis que já presenciaram entre flores e
homens ao redor do mundo. Por conta disso, pedem água o tempo todo. Ao
receberem o convite do Rei Nu, elas logo imporam a condição de, pelo menos, um
enorme ventilador, já que seria complicado depender apenas dos ventos de Oyá.
Ele, louco para conhecê-las, prontamente atendeu.
Para o alivio das guerreiras, após cinco dias de viagem, elas chegaram
ao reino encantado. Era uma manhã clara, todos estavam reunidos. A sereia das
águas, junto com os golfinhos que ali estavam, fizeram uma breve apresentação
de nado sincronizado, tirando calorosos aplausos do publico. As flores de
zabumba tocaram com suas trombetas uma musica bem bonita e, por fim, o maior e
mais belo poeta do reino, conhecido como “U Mano” teceu breves elogios às
Tulipas e agradeceu a disponibilidade delas em estarem ali.
Foi suficiente! Como em Pasárgada tudo se é possível desde que se
acredite, as Tulipas ganharam um clima especial só para a região onde ficaram
instaladas. Logo conheceram as Flores do Campo, as Avencas e Samambaias. Hoje
são inseparáveis. Em Noite de Baile de Flor, elas são sempre as mais animadas,
tomam todas, dançam todas, beijam todas, mas, no outro dia, estão a postos em
suas posições de guardiãs reais. Sempre que travam luta com algum tolo e os
veem saindo, perdedores, dão risadinhas, pois são tão tolos que mal sabem eles,
das belezas que elas protegem com tanto amor e que estão todas do lado de lá.
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