quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Mostra Itinerante Jorge Cine Amado

Foto: Lucas Oliveira Dantas

Como parte da comemoração dos cem anos do legendário escritor baiano, a iniciativa aproxima a obra de Jorge Amado de estudantes de escolas públicas de diversos municípios do estado.

Por Lucas Oliveira Dantas


Integrando exibição de filmes com palestras e debates, a Mostra Itinerante Jorge Cine Amado abriu suas atividades em Los Angeles, no mês de julho. Segundo o ator e diretor baiano Caco Monteiro, idealizador e supervisor geral, o evento tem sido frutífero desde o início.

O projeto, realizado sob a Lei de incentivo à cultura e patrocinado pela Vale e Ferrovia Centro-Atlântica, tem como objetivo principal a formação de público - não só para o cinema brasileiro como também para a obra de Jorge Amado. Por isso, seu público-alvo principal são educadores e estudantes do ensino médio de escolas públicas do estado.

O projeto já passou por Porto Seguro, Lençóis, Aratuípe, Nazaré das Farinhas, Santo Amaro e, nesta semana (06 e 07/11), Vitória da Conquista. Além de quatro adaptações cinematográficas da obra "amadiana" - Capitães de Areia (2011), Quincas Berro D'Água (2010), Dona Flor e seus Dois Maridos (1976) e Tieta do agreste (1996) - foram exibidos os documentários Jorge Amado (1997), de João Moreira Salles, e o praticamente inédito Jorjamado no Cinema (1977), de Glauber Rocha.

Adaptações

Jorge Amado é o autor brasileiro mais adaptado para a televisão e cinema. Recentemente, foi exibido o remake da clássica novela de 1975, Gabriela; a nova adaptação foi criticamente aclamada por sua pelas inovações no formato, especialmente técnico, da teletramaturgia brasileira, mas, seu sucesso (tanto no passado, como agora) se deu principalmente por conta do carisma das personagens de Jorge.

A jornalista soteropolitana Amanda Auad, que fomentou os debates após as sessões no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, afirma que o principal motivo é a proximidade da obra de Amado com a realidade baiana.

"Ele mostra a verdadeira face do povo brasileiro. Ele fala daquilo que as elites não falam, do povo das ruas, do Pelourinho, do Recôncavo e sul da Bahia. Sempre defendendo que a miscigenação que era o bom; ele gostava de reportar em suas histórias a mistura de raças e grande variedade de culturas," afirma.

Autodenominado um "contador de causos", Jorge Amado tirava suas histórias das ruas, por isso a identificação popular para com suas personagens. Para Auad, o interessante de projetos como a mostra itinerante – assim como da nova adaptação de Gabriela para a televisão – é justamente o resgate, para as gerações mais jovens, do trabalho de Jorge, não apenas para assistir as adaptações como para também direcionar a leitura das obras.

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