sábado, 1 de setembro de 2012

Do Reisado ao Vanerão: A última Noite Fora do Eixo é marcada por ritmos regionais

Por Thaís Pimenta


Foto: Gilmar Dantas
Quinta-feira, 30 de agosto. O Viela Sebo-Café, local onde acontecem as Noites Fora do Eixo de Vitória da Conquista, estava um tanto diferente. Os jovens que geralmente compõe o público dos shows que ali acontecem, neste dia estavam em menor quantidade. Deram lugar às pessoas com mais de 35 anos. Com cabelos grisalhos e estilo mais formal, entre um gole e outro de cerveja, esses esperavam o show começar.   Gutembergue Viana, 52 anos, vestido com a camisa da Catrupia, nos confessou: “Eu vim pela Catrupia, eu já conheço o trabalho maravilhoso que eles fazem. E é assim, sempre que eles tocam o grupo de amigos da banda vem prestigiar, trazem os conhecidos, os seus filhos e tal, e acabamos por conhecer também as bandas de fora, e geralmente todos gostam”.

Por volta das 22:00 horas,  Alisson Menezes & A Catrupia  subiu ao palco para iniciar sua apresentação. Celebrando elementos do imaginário popular, a banda veio ativar a memória dos mais antigos e despertar o interesse dos mais jovens. Enquanto o grupo formado por Alisson Menezes, Flávia Almeida, Daniela Lisboa, Isadora Oliveira e Raphael tocavam o show, chamava a atenção pela agilidade com que trocavam de instrumentos, das cordas aos percussivos, dos percussivos às cordas. Chamava atenção também  o grupo de fãs/amigos, que com a letra na ponta da língua cantavam: “A Bahia não tem só axé. A Bahia de nosso Senhor. A Bahia é um inteiro só. É a capital, é o interior”.

Essa foi a primeira apresentação d’A Catrupria nas Noites Fora do Eixo. Sobre esse convite  Alisson Menezes fala: “Nós já somos parceiro do Fora do Eixo, de Gilmar, de Pablo Capilé e do pessoal do Mato Grosso a um tempo. Então Gilmar (organizador do evento) nos fez o convite e a gente se sentiu muito assim envaidecido porque  sempre participamos das Noites como frequentadores. E hoje a gente pode  fazer essa mescla do Rock'n'roll da Bandinha Di Dá Dó com a cultura popular que A Catrupia traz. E  acho que música independente tem que caminhar por isso, não existe mais estilo, o estilo é você ser independente, e estamos todos irmanados nesse processo colaborativo.”


Foto: Gimar Dantas
Ao iniciar o show, a Bandinha Di Dá Dó usou as palmas do público como termômetro. Saíram de cena, contaram até três e se apresentaram novamente. Segundo a banda, a depender da energia vinda através das palma e gritos do público, seria o nível do show.  Fazendo jus a recepção calourosa, a banda iniciou um belo espetáculo. O figurino, além da performace, é uma das características da banda que mais chamam atenção: roupas de palhaços elegantes, que lembram os vestuários de Charles Chaplin e o nariz vermelho. Durante a apresentação há toda uma direção cena em palco, feita, segundo a banda pelos próprios.

Em um show cheio de mistério e mágia, com versinhos e rimas que intercalavam as músicas, muitas delas apenas instrumentais, a Bandinha de Di Dá Dó, com um rock in’ roll a lá Vanerão, colocou desde o mais velhos ao mais jovem pra dançar. E a banda já aposta suas fichas para uma próxima apresentação na cidade: “ Esperamos que essas poucas pessoas que hoje estiveram aqui, possam reverberar bastante o nosso show. E a partir da reverberação delas, uma próxima vez que voltarmos à Conquista, vamos ter ao invés de setenta, duzentas pessoas. Porque é assim a gente vai porque a banda independente, a partir do público que reverbera os shows."

A última Noite Fora  do Eixo do mês de agosto  fora realmente dedicada à música que trabalha com ritmos e condições regionais muito fortes.  Alisson Menezes & A Catrupia, trazendo uma ressignificação do reisado junto com diversidades rítmicas nordeste, e a Bandinha Di Dá Dó, uma banda de palhaço bastante performática e que traz condições especificas do Rio grande do Sul, seu estado de origem. Noite de apresentações bastante voltada para espetáculos, onde o público realmente parou para assistir os shows.

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