Por Rafael Flores
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O
Círculo é sinônimo de público fiel, daquele que lota os shows, se
emociona e acompanha cada música. Com seis anos de trajetória,
o grupo formado por Roy (vocal), Israel Jabar (teclado), Taciano
Vasconcellos (guitarra), Daniel Ragoni (bateria) e Jr. Martins
(baixo), se apresenta nesta quinta-feira no Viela-Sebo Café, em
Vitória da Conquista. Trazem na bagagem algumas novidades, como o
recente álbum "Estúdio Ao Vivo 5.0", em comemoração dos
cinco anos da banda, completados no ano passado e o clipe de "Rosa
Maria", lançado esta semana.
A banda acabou de fazer um show de grandes proporções no Teatro Vila Velha, em Salvador, local propulsor de inúmeros movimentos culturais baianos, desde a música às artes cênicas. Seguindo a linha "ao vivo" do último álbum gravado, O Círculo está preparando um novo material com o áudio da apresentação. Segundo os integrantes, a gravação conta "com a presença emocionante do público" e não haverá lançamento nem uma versão física do produto, a princípio só será disponibilizada para download nas redes sociais. Para os que ficaram curiosos, O Rebucetê recebeu com exclusividade as faixas "No Ar", "Deixar-se" e "Quando as mãos se beijam", tendo a última sido executada apenas uma vez. Para ter acesso às faixas é só acessar o link: O círculo Ao Vivo na Vila da Música
Para saber mais detalhes sobre o que banda tem feito e o que está prestes a fazer, confira a breve entrevista que o guitarrista Taciano Vasconcelos nos concedeu:
O Círculo no Conexão Vivo BH/ Foto: Andre Fossati |
O Rebucetê: Em uma última conversa d'O Rebucetê com O Círculo, vocês nos indicaram a audição do disco “A cara e o coração”. Quais foram as consequências desse produto, mais alguma parceria com o Guilherme Arantes?
Esse álbum nasceu essencialmente da tentativa de prestar uma homenagem a um grande compositor da nossa música brasileira, através de algumas das bandas mais representativas da cena soteropolitana que re-interpretaram canções de uma época, digamos, mais contestadora da carreira de Guilherme, dois álbuns não tão conhecidos na sua vasta discografia. O álbum está tendo uma boa aceitação na região sudeste, onde tem sido mais divulgado, e aqui culminará com um grande show em novembro desse ano com todas as bandas que participaram do disco juntamente com o Guilherme Arantes no palco do Teatro Vila Velha. Ainda com relação à carreira do Guilherme, uma boa dica é o clássico álbum da banda “Moto Perpétuo”, gravado em 1978, se não me engano, antes do cantor partir para a carreira solo.
O Rebucetê: Conte-nos um pouco sobre o processo de produção e de que como foi pensando o álbum Estúdio Ao Vivo 5.0!
O processo foi extremamente simples e surgiu da vontade da banda em marcar esse momento de celebração de cinco anos de atividades e ter um registro “ao vivo”, natural, sem overdubs nem edições. Tentamos reproduzir o vigor com o qual a banda se apresenta nos palcos para o ambiente de estúdio, então gravamos dois takes de cada faixa e escolhemos uma delas. Mas antes de irmos para o estúdio tentamos capturar o áudio de alguns shows que fizemos o que ficou impossibilitado por alguns problemas técnicos, só conseguimos esse feito agora no show do Vila, conseguimos uma boa qualidade no áudio e estaremos disponibilizando também para o público em breve.
O Rebucetê: A banda arrisca a interpretação de “Alguém Me Disse” neste último álbum, canção de já gravada por ícones da MPB, como a baiana Gal Costa. Porque a escolha?
Porque além de ser um desafio e um clássico é uma canção que nos toca. Somos libertariamente românticos, gostamos de abordar os encontros e desencontros que a vida nos traz e acho que conseguimos imprimir nossa “personalidade’ na interpretação da canção, muita gente diz que a canção ficou a nossa cara, então incorporamos ela ao nosso repertório.
O Rebucetê: E sobre o processo de gravação do clipe de Rosa Maria, música que marca a entrada de Roy (vocalista) na banda, como foi traduzir uma composição para o texto audiovisual?
È sempre um desafio reproduzir através das artes visuais o conteúdo, o sentimento impregnado em uma canção. A canção, na visão de Roy, representa o sentimento de superação da mulher, do ser mulher, diante das dificuldades da vida, que apesar das dificuldades ou talvez justamente por elas, o ser mulher se torna ainda mais fascinante, foi isso que tentamos passar durante a produção do clipe. Para isso contamos com o talento a energia e a sensibilidade do casal Renato e Lucinha Semanovschi (João de Barro filmes) e com a audácia imaginativa de Israel Jabar, assinando a direção do clipe juntamente com o Renato.
Veja o clipe:
Veja o clipe:
O Rebucetê: 2012 é um ano eleitoral e tempo de reflexões a respeito gestão pública das cidades. O que ainda é preciso se implantar dentro das políticas publicas para cultura em Salvador?
Demos alguns passos em direção a um acesso mais democrático à verba destinada à cultura nos últimos anos através dos editais que multiplicaram-se em número mas que ainda são acessados por uma pequena minoria. A Bahia é a terra da diversidade, e Salvador uma cidade que traduz em cultura essa diversidade, mas toda essa riqueza é represada e engessada por falta de incentivo, por falta de apoio para a própria produção e escoamento dessa produção, o que alguns artistas recebem de incentivo ainda é muito pouco para todo o potencial criativo dessa cidade. Precisamos de uma maior democratização no acesso à verba oriunda das leis de incentivo, precisamos implantar e/ou re-implantar a iniciação musical nas escolas, precisamos também de uma redemocratização do acesso aos canais de comunicação (rádio, TV) e etc, etc, etc...Investir em cultura é investir em educação, em conscientização, em cidadania.
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