Por Maria Eduarda Carvalho
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Capa do tributo |
Os jovenzinhos que provocaram alvoroço por volta do final da década de 60 são agora distintos senhores. Sir Mick Jagger, o irresistível Chico Buarque, Jimi Hendrix se estivesse vivo... Caetano Veloso, um dos símbolos dessa geração forever young e personificação do Tropicalismo, obviamente não fugiu a regra e acabou de completar 70 anos. Dono de um repertório invejável pela sagacidade das letras e a riqueza de sons, o leonino não deixou um segundo sequer de encaracolar as mentes de nós, pobres mortais.
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Aquela juventude... Foto: Divulgação. |
O time escolhido para a homenagem foi impecável, nomes como “Da Maior Importância” com Tulipa Ruiz, que interpreta a canção com a graça de sempre, e Marcelo Camelo, um dos compositores mais importantes da recente história da nova MPB, que cantou “De Manhã” (primeira música composta por Caetano) com toda a fragilidade que, nesse caso, é concedida às primogênitas. Avançando um pouco nos anos e na geração dos intérpretes, Sérgio Dias, eterno Mutante, tomou para si “London London”, que algum tempo atrás já teve uma versão figurada no trabalho da cantora Cibelle.
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O músico Devendra Banhart. Foto: Arquivo pessoal do cantor. |
Na época, Cibelle convidou Devendra Banhart para a missão e, agora, o artista na companhia do brasileiro Rodrigo Amarante dá o ar da sua graça cantando “Quem me dera”, numa versão intimista capaz de arrepiar até o último fio repetindo ao final da canção trechos de outras músicas do Pena de Pavão de Krishna. Mas essas não foram as únicas relações do músico folk com o mestre Caetano; além da versão de “Nu com a minha música”, feita ainda ao lado de Amarante somado à presença de Marisa Monte - para outra coletânea internacional -, Devendra também cantou com o próprio Caetano em Nova York no final de 2010, na ocasião os músicos foram acompanhados do cantor Beck que, na presente coletânea, canta “Michelangelo Antonioni”.
Jorge Drexler e Quinho cantando, respectivamente, “Fora da Ordem” e “Qualquer coisa”, se apropriaram muito mais do que somente das canções. Alguma coisa nas versões interpretadas denunciaram tamanha absorção da verdade dessas músicas que marcou uma espécie de assinatura de escritura de posse, como se lhes fosse passado, com registro em cartório, a propriedade das canções. A fidelidade harmônica à original, da versão da cantora Céu para “Eclipse Oculto”, já havia se mostrado nas canções anteriores. Mas dessa vez, infelizmente, a empreitada não foi tão bem sucedida. Logo a cantora que sempre se destaca em participações especiais, se revelando uma ótima intérprete, não obteve êxito cantando uma versão com arranjos quase idênticos ao original, despertando pouco interesse diante de tantas novidades.
As canções seguem e a emoção vai alternando conforme o player viaja pelas 16 faixas; todas muito delicadas e bem produzidas, algumas mais à vontade quase se passando por autorais. Outras ainda mantendo a distância simbólica que sugere o termo "tributo" - e é claro que é o caso das mornas, as que não vão grudar na cabeça nem disputar com a original o título de versão definitiva. Mas por sorte são também a minoria dos casos.
Se você ainda não ouviu o álbum, não se preocupe. O Rebucetê, esse grandioso blog com amor no coração te dá um link esperto pra baixar e conferir as delícias do resultado de abdução feita por uma certa Caetanave.
Clique e baixe agora mesmo: A Tribute to Caetano Veloso.zip
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