sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O Rebucetê Entrevista: Agridoce

Por Ana Paula Marques


Foto: Divulgação
Inspirados na melancolia das canções de artistas como Nick DrakeJeff Buckley, Velvet Underground e Iron&Wine, Pitty e seu guitarrista Martin Mendonça resolveram se jogar numa nova experiência sonora. O projeto Agridoce, o qual surgiu inicialmente sem nenhuma pretensão, imediatamente ganhou uma repercurssão positiva. A dupla fechou com o selo Vigilante e partiu para a Serra da Cantareira, onde montaram um estúdio caseiro, batizado de "Agridocelândia", para gravar o primeiro material audiovisual. Entre indicações para um dos principais prêmios da música brasileira e shows por todo o país, a turnê do Agridoce chega em Vitória da Conquista nessa sexta-feira (24), trazendo um show diferente daquele que o público "pittymaníaco" está acostumado a ver. Antes de começar a se aquecer para a noite conquistense que promete ser uma das mais frias da estação, confira a entrevista que a dupla nos concedeu, para falar um pouco sobre o projeto e a expectativa para a apresentação de mais tarde, na abertura do Festival de Inverno Bahia 2012.

O Rebucetê - Vocês deram um "time" para se dedicarem ao projeto Agridoce, que é bastante diferente do som que vocês apresentaram ao longo desses últimos anos além da banda Pitty (Inkoma, Cascadura, Martin & Eduardo) e do que o público estava acostumado a ouvir. Para vocês, como está sendo essa experiência?

Martin – Tem sido um grande aprendizado e uma diversão. O show do Agridoce é uma experiência de palco muito distinta da que estávamos acostumados, tanto no formato quanto na sonoridade, e temos que estar mais focados pois existe um espaço muito maior para cada elemento, forçando-nos a sermos mais cuidadosos e comprometidos com os arranjos. O contexto todo é muito diferente e tenho achado massa poder circular por outros meios e pessoas.

Pitty - Pra mim tem tanto o contexto de aprendizado intenso que Martin mencionou quanto o de aventura. É uma descoberta e uma quebra de paradigmas pessoal, um reinvento. Tocar com o Agridoce foi se colocar como uma criança diante de algo que ainda não se sabe direito, e ir seguindo a intuição, e se permitir uma novidade. E isso tudo traz muita adrenalina e excitação diante do desafio.

OR - Vocês ficaram surpresos com a repercussão do Agridoce, que no início não possuía nenhum tipo de pretensão?

M - Sim. Na verdade cada novo desdobramento do projeto como fazer shows,  conceder entrevistas ou ser nomeado em premiações é uma surpresa. É interessante também ver como esse projeto bateu para pessoas e de formas bem diferentes das que estávamos acostumados com nossos trabalhos anteriores, e como isso tem gerado novas experiências e diálogos.
P - Fomos seguindo o fluxo, e cada coisa que acontecia nos impulsionava para um próximo passo. Primeiro as demos na internet, depois a decisão de gravar um disco, depois de levar isso pro palco... a despretensão foi boa nesse sentido, de intensificar a surpresa com a receptividade e com a amplitude que as coisas foram tomando.

OR - Vocês pensam em extender o projeto ou ele será apenas um registro dessa fase de descoberta musical?

M - A gente não sabe. O projeto vai durar o quanto durar e se depois dessa turnê pintar a vontade de continuar e gravar outro disco a gente grava. No Agridoce a gente segue a bússola da vontade e a única coisa não fazemos são planos a médio/longo prazo.

P - O que vale mesmo é que de qualquer forma é uma experiência que fica entranhada na alma, e tudo o que for feito depois disso estará irremediavelmente permeado por essa vivência.

OR - Qual a expectativa de apresentar o Agridoce no palco do Festival de Inverno, um pouco menos de quatro anos depois de trazer o show do álbum "Anacrônico"? O que o público conquistense já pode esperar do show?

Foto: Divulgação
M - Tocamos o disco na íntegra, canções inéditas e algumas versões. Estamos numa fase de bastante entrosamento no palco e super empolgados por participar de um festival tão plural.

P - Exato. E do lado de cá, esperamos que estejam abertos a essa nova experiência, a partilhar desse novo universo com a gente. É um show bastante sensorial e lúdico, diferente de um show de rock que é mais físico.  

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