Por Ana Paula Marques
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Foto: Divulgação |
Inspirados na melancolia das canções de artistas como Nick Drake, Jeff Buckley, Velvet Underground e Iron&Wine, Pitty e seu guitarrista Martin Mendonça resolveram se jogar numa nova experiência sonora. O projeto Agridoce, o qual surgiu inicialmente sem nenhuma pretensão, imediatamente ganhou uma repercurssão positiva. A dupla fechou com o selo Vigilante e partiu para a Serra da Cantareira, onde montaram um estúdio caseiro, batizado de "Agridocelândia", para gravar o primeiro material audiovisual. Entre indicações para um dos principais prêmios da música brasileira e shows por todo o país, a turnê do Agridoce chega em Vitória da Conquista nessa sexta-feira (24), trazendo um show diferente daquele que o público "pittymaníaco" está acostumado a ver. Antes de começar a se aquecer para a noite conquistense que promete ser uma das mais frias da estação, confira a entrevista que a dupla nos concedeu, para falar um pouco sobre o projeto e a expectativa para a apresentação de mais tarde, na abertura do Festival de Inverno Bahia 2012.
O Rebucetê - Vocês deram um "time" para se dedicarem ao projeto Agridoce, que é bastante diferente do som que vocês apresentaram ao longo desses últimos anos além da banda Pitty (Inkoma, Cascadura, Martin & Eduardo) e do que o público estava acostumado a ouvir. Para vocês, como está sendo essa experiência?
Martin
– Tem sido um grande aprendizado e uma diversão. O show do Agridoce é uma
experiência de palco muito distinta da que estávamos acostumados, tanto no formato
quanto na sonoridade, e temos que estar mais focados pois existe um espaço
muito maior para cada elemento, forçando-nos a sermos mais cuidadosos e
comprometidos com os arranjos. O contexto todo é muito diferente e tenho achado
massa poder circular por outros meios e pessoas.
Pitty
- Pra mim tem tanto o contexto de aprendizado intenso que Martin mencionou
quanto o de aventura. É uma descoberta e uma quebra de paradigmas pessoal, um
reinvento. Tocar com o Agridoce foi se colocar como uma criança diante de algo
que ainda não se sabe direito, e ir seguindo a intuição, e se permitir uma
novidade. E isso tudo traz muita adrenalina e excitação diante do desafio.
OR - Vocês ficaram
surpresos com a repercussão do Agridoce, que no início não possuía nenhum tipo
de pretensão?
M - Sim. Na verdade cada novo desdobramento do projeto como fazer shows,
conceder entrevistas ou ser nomeado em premiações é uma surpresa. É
interessante também ver como esse projeto bateu para pessoas e de formas bem
diferentes das que estávamos acostumados com nossos trabalhos anteriores, e
como isso tem gerado novas experiências e diálogos.
P - Fomos seguindo o fluxo, e cada coisa que acontecia nos impulsionava para um
próximo passo. Primeiro as demos na internet, depois a decisão de gravar um
disco, depois de levar isso pro palco... a despretensão foi boa nesse sentido,
de intensificar a surpresa com a receptividade e com a amplitude que as coisas
foram tomando.
OR - Vocês pensam
em extender o projeto ou ele será apenas um registro dessa fase de descoberta
musical?
M - A gente não sabe. O projeto vai durar o quanto durar e se depois dessa turnê
pintar a vontade de continuar e gravar outro disco a gente grava. No Agridoce a
gente segue a bússola da vontade e a única coisa não fazemos são planos a
médio/longo prazo.
P - O que vale mesmo é que de qualquer forma é uma experiência que fica
entranhada na alma, e tudo o que for feito depois disso estará
irremediavelmente permeado por essa vivência.
OR - Qual a
expectativa de apresentar o Agridoce no palco do Festival de Inverno, um pouco
menos de quatro anos depois de trazer o show do álbum "Anacrônico"? O que o público
conquistense já pode esperar do show?
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Foto: Divulgação |
M - Tocamos o disco na íntegra, canções inéditas e algumas versões. Estamos numa
fase de bastante entrosamento no palco e super empolgados por participar de um
festival tão plural.
P - Exato. E do lado de cá, esperamos que estejam abertos a essa nova experiência, a partilhar desse novo universo com a gente. É um show bastante sensorial e lúdico, diferente de um show de rock que é mais físico.
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