O Rebucetê entrevista: Achiles Neto

 Por Bia Brito e Mariana Kaoos

Natural de Maracás, o cantor e compositor Achiles Neto foi destaque em Vitória da Conquista este ano. Venceu o 2° Festival de Forró, e o Concurso Por isso é que eu canto, ambos realizados pela prefeitura de Vitória da Conquista. O artista que se apresentou no Natal da Cidade, com um show lindíssimo, conversou com o Rebucetê sobre este momento de sua carreira e mais. Confira a entrevista. 

Rebucetê: Eu queria que você dissesse para os leitores do Rebucetê como foi a sua experiência de ter, em primeiro lugar, ganhado o concurso “Por isso é que eu canto”, e de ter se apresentado em praça pública num evento como o Natal da Cidade.

Achiles Neto: Foi uma experiência quase que orgástica (risos) vencer o festival. Por que a vitória do festival foi uma sequência de coisas que aconteceram durante todo o ano, em outros festivais que eu e Marquinhos (Marcos Marinho) apresentamos aí no Brasil a fora. Então meio que foi fechar o ano com chave de ouro. Apresentar no Natal da Cidade é um brinde. A cereja do bolo disso tudo por que, além de cantar em Vitória da Conquista, que é uma cidade que a gente adotou de coração, é poder cantar para amigos e com amigos. Então foi maravilhoso.

R: Eu percebi que um dos pontos altos do seu show no Natal da Cidade foi quando você cantou Boi de Ciranda, da Iara Assessú e Geslaney Brito. Momento que eles participaram também. Qual foi o critério de escolha desse repertório pro Natal da Cidade?

AN: A gente tentou pegar algumas coisas que foram importantes pra gente durante o ano como “Agonilia”, que a gente venceu o festival de forró aqui no meio do ano, em junho. “Cocoá”, que foi a canção que a gente participou no Festival de Música da Bahia. Essa música de Ney, Boi de Ciranda, que foi a música do festival “Por isso é que eu canto” e algumas outras coisas que a gente veio fazendo durante o ano. Foram duas músicas de João Bosco, Gilberto Gil também, que é a fonte inspiradora de todo mundo, o Esotérico, e letra fera que foi uma música assim que no ano passado no Por isso é que eu canto também a gente teve uma troca, uma experiência muito legal.

R: Agora que você ganhou o concurso e se apresentou no natal da cidade, você tem algum plano pra 2012?

AN: Fechamos o ano com o “Por isso é que eu canto” e o “Natal da Cidade” e vamos abrir o ano com as gravações do CD, em Passos, Minas Gerais. Estou indo pra Passos no dia 7 de janeiro. Ficar numa chácara, olha que loucura, gravando o CD durante vinte dias. Eu, Marcos Marinho e Diego Oliveira. Então a gente vai tá produzindo pra tentar trabalhar esse CD durante o ano. Todas músicas autorais. Vai ser um CD intimista porque a gente não vai ter recurso pra gravar um CD com banda. Então vai ter voz e violão e algumas coisas de percussão. Mas a gente espera poder trabalhar com esse CD durante o ano todo e tentar divulgar mesmo o trabalho.

R: Como última pergunta, a gente sempre pergunta isso pra quem a gente considera de uma importância cultural. A gente queria que você indicasse para os leitores do Rebucetê, um livro, um filme e uma banda.

AN: Um filme: Waking Life, é um filme massa, maravilhoso e que tem uma estética bem bacana e que discute temas como Platão, Sócrates, um monte de cara massa. E a película é incrível. Um livro: Vixe... Um livro que eu tô lendo, Tropicália. É um livro de Carlos Calado. É bastante interessante, conta a história do movimento, dos personagens importantes da Tropicália.

R: A galera do Rebucetê é tropicalista.

AN: Olha, nada melhor do que ler esse livro, é bacana e tem uma leitura bem interessante.

R: E por último uma banda, música ou artista.

AN: João Bosco. É um artista foda. Ele é foda, é isso.