sábado, 26 de novembro de 2011

Festival Avuador: A nova era dos festivais e as políticas públicas para a música

Vince de Mira e Gilldelson Felício. Foto: Rafael Flores 
Por Rafael Flores

Foi-se o tempo em que os bons festivais só aconteciam nos grandes centros e que sua programação se limitava a competição entre os artistas. Hoje, os conquistenses recebem e promovem uma série de festivais e outros eventos em que mostram uma nova visão sobre a produção e o consumo de cultura.
Seguindo essa linha, o Festival Avuador, promovido pela rede Motiva, vinculada ao projeto Conexão Vivo, traz para Conquista, além dos shows, reflexões a cerca das políticas públicas para a cultura e da importância dos festivais para a difusão de produtos culturais.

A programação começou na quinta-feira, com duas mesas de discussão. A primeira contava com a participação de Vince de Mira (Rede Motiva), Gilmar Dantas (Coletivo Suíça Baiana), Talles Lopes, (Presidente da Abrafin) e Fabio Trummer (vocalista da banda Eddie). Nesta primeira etapa, discutiu-se sobre como utilizar-se das plataformas dos festivais para fazer contatos e parcerias. Gilmar Dantas expôs a experiência da última edição do Festival Suiça Bahiana, na qual muitas relações foram estabelecidas e consolidadas. "Os festivais são ambientes de negócios, a próxima edição do Avuador a gente pode tentar fazer isso com mais intensidade" propôs Fábio Trummer. Para Talles Lopes a interação e o negócio estão além da relação face a face, proporcionada por esses encontros, enfatizou que o caminho para a nova produção de cultura também está na linkagem com outros meios de acesso, principalmente no cyberespaço, onde as pessoas podem se colocar e se fazer ouvir.

Gilmar Dantas. Foto: Rafael Flores
Sem intervalo para café, banheiro ou cigarro, a segunda mesa começou logo em seguida. Composta por Gildelson Felício (Secretário Municipal de Cultura), Rogério Oliveira (Mobiliza Cultura Conquista) e Marcos Ferreira (Maestro), a mesa debateu políticas públicas para a música . Rogério abriu a conversa lendo um texto seu, no qual fazia um recorte do contexto cultural de Vitória da Conquista. O maestro Marcos Ferreira traçou um histórico da música na educação brasileira e exaltou a importância da inserção da cultura no ensino básico. Segundo ele é necessário que haja um “start de sensibilização estética, é preciso mostrar possibilidades”. Seguindo o mesmo raciocínio, o secretário Gildelson Felício coloca que “se não for pela educação nada se muda, as pessoas tem que ter o direito de escolher entre Faustão e Villa-Lobos. E é o espaço da escola que tem que proporcionar isso”.  

A preocupação com a gestão cultural na cidade era geral, tanto pelos orgãos públicos quanto pela sociedade civil, a qual está cada vez mais organizada. Alguns temas foram postos em pauta pela plenária, como o Conselho de Cultura e o Projeto Fechando o Beco. O diálogo com o secretário Gildelson Felício foi bastante aberto, ele convidou os presentes para a construção do conselho de cultura e para a Conferência Estadual de Cultura, que começa na próxima quarta-feira (30). O Projeto Fechando o Beco, que está em recesso , foi tema de manifestações nas redes sociais nas quais pedia-se a transformação da Travessa Zulmiro Nunes em uma alameda cultural fixa. Sobre isso, o secretário esclarece que o recesso se deu por conta das atividades de final de ano, principalmente o Natal da Cidade, sendo que o corpo de funcionários é pequeno para tanta demanda e os locais dos eventos coincidem. No entanto, afirma que o Beco é um projeto que deu certo e que a prefeitura tem o interesse de ampliá-lo.

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