É engraçado ver Ana Sardinha todas as manhãs, descendo a rua toda atrapalhada, com medo do atraso e olhando freneticamente o relógio, que funciona num tic-tac constante como que dizendo com toda a calma do mundo: “Ô Aninha, de novo na correria?!”.
Enquanto isso Ana corre, tropeça, machuca o joelho, se recompõe e continua a correr. Sina diária da pobre Ana.
Enfim, ao chegar ao final da rua, a coitada se prepara para a próxima fase na plataforma. Ela balança os braços, acena e grita. O ônibus azul chega soltando fumaça e recolhe Ana já toda agoniada. Assim lá vai Ana Sardinha pra sua aula de inglês.
E ainda me perguntam o porquê de “Ana Sardinha”. Ora! Dentro de uma grande lata azul, toda apertada e quase cozida pelo calor da transpiração de tantos corpos, que outro apelido Ana poderia ter?
Por Mário Ribeiro
O menino só me dá orgulho, viu?
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