O aumento da tarifa do transporte coletivo , de R$ 1,90 para R$ 2,10, causou uma enorme agitação na comunidade de Vitória da Conquista, principalmente entre o Movimento Estudantil Secundarista. Depois de quase dois meses a população questiona o que mudou no funcionamento e principalmente na qualidade do sistema de transporte conquistense. As insatisfações são comuns dentre todos os usuários que abordamos. Dentre elas, as mais constantes são a quebra diária dos ônibus e a grande demanda de passageiros em horários de pico.
Na quarta-feira, 17 de agosto de 2011, aconteceu uma reunião ordinária do Conselho Municipal de Transportes. O conselho é formado por representantes do poder público, do orçamento participativo, da associação unificada de moradores, das empresas privadas de transporte coletivo e do movimento secundarista, além do Secretário Municipal de Transporte, Trânsito e Infraestrutura Urbana, Luís Alberto Sellman. Foram discutidas uma série de mudanças que, de acordo com o secretário, irão garantir um importante salto na qualidade do transporte público da cidade.
A principal pauta da reunião foi o edital do processo de licitação para a reorganização do sistema de transporte coletivo. O edital pontua o conhecimento prévio da área da cidade, parâmetros e índices técnicos (número de deficientes físicos, idosos, etc.) e um projeto de mobilidade urbana, qualificando o transporte de acordo com a necessidade da população. O edital também prevê a renovação e ampliação da frota de ônibus e a implantação do sistema de bilhete único. Esse modelo que se pretende implantar em Vitória da Conquista existe em apenas quatro cidades em todo Brasil. Ele permite ao passageiro pagar por apenas uma passagem, mesmo fazendo várias integrações de ônibus. Em todas essas cidades, porém, os governos locais concedem subsídios às empresas com o objetivo de conter a elevação do custo da tarifa.
Em acordo proposto entre a Prefeitura e as atuais empresas de transporte coletivo, ainda antes da licitação, seriam adquiridos 15 ônibus para facilitar no transporte de passageiros em determinadas rotas. Até agora só foram colocados oito desses veículos em circulação, sendo que houve um pedido de prorrogação do prazo por parte de uma das empresas, a qual garantiu mais quatro ônibus semi-novos dentro de 30 dias. Outra proposta discutida pelo conselho seria a de colocar micro ônibus nas rotas mais curtas, para atender a demanda de passageiros.
A “Revolta do Busú, como é intitulada a série de manifestações estudantis que ocorreram no mês de julho desse ano contra o aumento da passagem, foi de importância histórica para o Movimento, garante Saulo Moreno Rocha, representante do Movimento Estudantil Secundarista no Conselho. Dentre as conquistas da “revolta”, segundo o estudante, estão o direito à meia tarifa para estudantes durante as férias, garantia da licitação e a implantação de dois novos guichês de recarga. A última ainda está em processo de implantação e o prazo máximo é de um mês.
Por Ana Paula Marques e Lucas Dantas
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