segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fechando o Beco

Por Murillo Nonato
   Foto: Secom/PMVC

O “Fechando o Beco” é um projeto desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria de Cultura, que aproxima a música, o artesanato, a literatura, o teatro e outras formas de expressão cultural à população. Ele acontece todas as sextas e sábados, no beco do antigo Hotel Aliança, localizado no Centro. A iniciativa surgiu do desejo da prefeitura de criar um espaço de fomentação e valorização da cultura e dos artistas locais.


As pessoas são atraídas, sobretudo, pela música ao vivo e o projeto já se destaca entre as opções de lazer da cidade. Apesar de ter sido apelidado popularmente de “Beco do Samba”, ele não se limita apenas a esse ritmo musical. “Os sambistas já haviam adotado o local como se fosse ‘o cantinho’ deles, todos que passavam no local ligavam o espaço ao ritmo, por isso ele acabou se impondo naturalmente. Tem gente que resgata essa coisa do samba através do Beco”, diz Nagib Pereira Barroso, secretário de desenvolvimento social e idealizador do projeto. O beco é temático, seresta, rock e, claro, o samba foram os gêneros musicais a animar os conquistenses que passaram pelo local esse ano. A idéia do projeto é contemplar todos os gêneros musicais. Reggae, Xote e Xaxado já estão sendo pensados como prováveis temas para as próximas edições.

"Apesar da música ser o maior atrativo do “Fechando o Beco”, essa é apenas uma das linguagens que o projeto utiliza", lembra Nagib. Durante as edições, hippies vendem sua arte e funcionam um brechó, uma lojinha de artesanatos e um sebo. Nos sábados a tarde há exposição de flores e de bonsai. Ainda segundo o idealizador do projeto, o espaço é altamente democrático, tendo abertura para que o público possa intervir na programação Todos podem dispor do microfone para fazer discursos, intervenções poéticas e o que mais vier na cabeça. A apropriação do espaço é livre e como exemplo, podem ser citados os projetos idealizados pelos alunos do primeiro semestre do curso de Comunicação Social da UESB, os quais foram acolhidos pelo Beco: O “Poesia no Varal: A poesia pede licença...” e o “Anos 80 no Beco. O primeiro teve como objetivo estimular a leitura do conquistense, levando diversos textos de autores locais, já consagrados ou não, para pontos estratégicos da cidade, como o Beco e o terminal de ônibus. Já o último ainda acontecerá, no dia 23 de setembro a Banda Dost visitará a década de 80 através dos ritmos musicais predominantes no período.

Para Cássio Castro, estudante de Física da UESB, o atrativo no beco é a boa música e as pessoas que o freqüentam. “Depois que a Noite Fora do Eixo pegou a quinta-feira pra ela, a única opção de entretenimento de qualidade que consigo ver nas sextas é o beco. Já é um local onde posso ir sabendo que vou encontrar amigos e boa musica, o único problema é que termina muito cedo, acaba desanimando um pouco. É sempre divertido ir ao beco e encontrar todo mundo conversando e dançando, sempre tenho ótimas conversas”, diz o estudante. Ele pontua também que o rodízio dos gêneros musicais é necessário para que o projeto chame a atenção de outros públicos para o espaço.

Nagib comenta ainda que o Beco está passando por um processo de avaliação no qual serão definidos exatamente quais serão os próximos temas e o período de cada um deles. Pensa-se em algumas inovações e surpresas para as próximas temporadas. Para ele, projetos como esse são de suma importância para a sociedade e acredita que a cultura tem um enorme potencial transformador. “É através da música que você consegue tirar o menino daquela visão da marginalidade, da droga, enfim... a cultura é transformadora, acho que o povo só se torna livre e independente quando tiver suas culturas preservadas”, afirmou ele. 

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