terça-feira, 23 de agosto de 2011

A arte em sua função mais nobre



Romeu Ferreira é graduado em História e Estudos Sociais , artista plástico, escultor, ilustrador, arte terapeuta e especialista em Saúde mental. Atualmente desenvolve um trabalho no Centro de Atenção Psicosocial (CAPS II), onde coordena uma oficina terapêutica. O principal objetivo desta é auxiliar no tratamento de pessoas com deficiências mentais através do contato com a arte.
O historiador era voluntário no CAPS quando teve a idéia de promover uma oficina de pintura na instituição. O projeto foi apresentado à UESB e hoje funciona como projeto de extensão da universidade. Além disso, segundo ele, a troca de experiências com os usuários influencia no seu trabalho como artista. “Eu me inspirei em fazer esse trabalho justamente por que eu sou artista. Eu falei: ‘Bem, se eu sou artista e faço um trabalho e tal, por que eu não posso ajudar o outro? ’ Aí eu comecei a desenvolver esse projeto.” A oficina de pintura é a mais antiga do Centro, existe há sete anos. Tanto ela quanto as outras oficinas oferecidas (teatro, tecelagem, etc.) promovem resultados significativos.
As telas produzidas pelos alunos de Ferreira são muito interessantes. Enquanto alguns trabalhos revelam-se pouco elaborados e se parecem às vezes com desenhos infantis, outros sugerem entendimento técnico, e são dotados de riqueza em detalhes, cores e harmonia. “Isso acontece por que cada pessoa é diferente. Cada transtorno, ou doença mental é diferente. Então cada qual faz um trabalho de acordo com seu estado de espírito. E cada um tem seu limite, tem gente que faz um trabalho mais elaborado por ele estar melhor, não estar transtornado ou em crise. Ele vai melhorando, a arte vai melhorando também, ele vai elaborando mais, vai pintando com mais delicadeza, vai criando mais, vai desenvolvendo mais.” – explica Ferreira.

Quem participa da oficina não se cansa de exaltar a importância da assistência que recebem no centro, o quanto gostam das oficinas e o quanto Romeu os ajuda. “É difícil a gente dar uma alta para um usuário da oficina por que ele não quer sair, gosta de mais da oficina.”, comenta o artista.
São exemplos como esse que nos fazem compreender o quão útil e transformadora a arte é.
O CAPS II situa-se na Rua dos Andrades, nº 227, Centro.

Por Bianca Brito





Este texto foi postada originalmente para a 1ª edição d' O rebucetê

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